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  • Redação

10 de agosto - Dia de São Lourenço, padroeiro dos diáconos

São Lourenço foi um dos santos mais venerados pela antiguidade Cristã e pela Idade Média: sua basílica em Roma, por importância, vem logo depois das basílicas de São Pedro e Paulo: ela tem o privilégio do altar papal, onde só o Sumo Pontífice pode celebrar. Por que tanta devoção a este mártir? A coragem e o bom humor de que deu tantas provas no processo e no martírio impressionaram vivamente a piedade e imaginação popular. Como os grandes heróis da antiguidade, foi cantado por grandes poetas, como Prudêncio e Dante na Divina comédia, assim como foi representado por obras-primas de pintura.

Lourenço foi diácono da Igreja Romana, martirizado na perseguição do Imperador Valeriano que, com seus editos, mandou fechar e confiscar todos os lugares de culto e os cemitérios cristãos e punir com exílio ou morte os dirigentes das comunidades cristãs. Este foi o primeiro dos diáconos que assistiam ao papa em suas funções na celebração dos divinos mistérios, na distribuição da Eucaristia e administração dos bens da Igreja. Esta, com efeito, tinha uma caixa comum, proveniente de esmolas e da administração dos cemitérios, que usava para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas.


Por uma carta do Papa Cornélio, sabemos que a Igreja sustentava no século III, em Roma, mais de 1.500 pobres. Por isso, quando na perseguição de Valeriano o Papa Sisto II foi preso e martirizado, o prefeito da cidade prendeu imediatamente Lourenço e exigiu que entregasse as riquezas da Igreja. “Dá-me um prazo” – teria respondido Lourenço – e as entregarei”. Lourenço teve três dias para isso. Foi o tempo necessário para ele reunir no átrio os órfãos, os cegos, os aleijados, as viúvas, os velhos... todos os que a Igreja socorria; depois chamou o prefeito e lhe disse: “Aqui tens os tesouros da Igreja!” Vendo-se assim iludido, o prefeito gritou com raiva furiosa: “É assim que te atreves zombar da autoridade romana? Miserável, se teu desejo é morrer, pois bem, hás de morrer, mas de morte longa e cruel”. Deu ordem para que Lourenço fosse cruelmente açoitado e atormentado de todo jeito. Finalmente, mandou que trouxessem uma grelha, que foi posta sobre brasas. O santo diácono foi despido e colocado sobre ela. O semblante ardia- lhe de fogo divino. Tendo sofrido por algum tempo este horrível martírio, Lourenço, com um sorriso nos lábios, disse ao juiz: “Se quiserdes, podereis me virar, pois deste lado já estou assado”. E pouco depois: “Agora, meu corpo está completamente assado, pronto para ser comido”. E, continuando a rezar pelo bem da Igreja, pela paz do mundo, sereno e confiante, deu o último suspiro: era o dia 10 de agosto de 258.


Seu corpo totalmente queimado foi levado em triunfo e sepultado no cemitério cristão de Verano, onde surgiu a célebre basílica dedicada em sua honra. Mais outras sete igrejas foram erguidas na Cidade Eterna em louvor ao grande mártir, cujo nome entrou no cânon da missa, privilégio reservado a pouquíssimos santos. E nós concluímos esta memória de São Lourenço com a oração da missa: “Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ele ensinou. Amém!"

 

Trecho da obra: O Santo do dia

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