Grande festividade hoje na Igreja universal que celebra este seu padroeiro, embora em alguns países este dia não seja mais dia santo de guarda!
Muitos fiéis festejam o próprio onomástico, pois este nome é dos mais populares em toda a cristandade, de tal modo que se contam dezenas de santos com o nome de José. Porém, o protótipo é o José do Evangelho, o Pai legal de Cristo, o esposo puríssimo da mais nobre e alta de todas as criaturas, a Santíssima Virgem Maria.
O nome José em hebraico significa: “Deus acrescenta ou cumula de bens” e de fato José, o carpinteiro de Nazaré, teve um crescimento contínuo de graças e de privilégios. Pouco conhecemos sobre sua vida; unicamente as rápidas referências transmitidas pelos Evangelhos. Este pouco, contudo, é o suficiente para destacar seu papel primordial na história da salvação, pois José é o elo de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento e o último dos patriarcas.
Sua missão na história da salvação é dar a Jesus um nome, fazê-lo descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas.
A primeira vez que José é nomeado no Evangelho é na cena da Anunciação em que Maria é chamada noiva de um homem da casa de Davi de nome José. Depois aparece quando Maria aparentava os sinais de sua divina maternidade e José lhe desconhecia a origem. Ele foi tomado de terrível dúvida, na incerteza de como agir, mas o evangelista diz que, sendo ele “homem justo”, não quis denunciar Maria de infidelidade, mas preferiu tomar uma solução que, salvando a honra de Maria, teria provocado certa aversão sobre sua própria pessoa. Decidiu sumir do lugar; foi então que, em sonho, um anjo lhe disse: “Não tenhas medo, José, de receber Maria por tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo, e o que nascer dela será o Filho do Altíssimo, e tu lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados”. José, acordando, fez como o anjo do Senhor havia mandado: casou com Maria, sem ter relações com ela.
Depois deste fato, ainda se fala dele, quando outra vez o anjo lhe apareceu em sonho avisando-o das intenções diabólicas de Herodes que pretendia matar o Menino Jesus, e o manda fugir para o Egito. Pela última vez é nomeado quando recebeu ordem de voltar do Egito porque já tinha falecido o Rei Herodes. Depois disso só se fala dele indiretamente.
Os evangelistas não citam uma só palavra de José que aparece como o homem do silêncio, escondido e humilde. Mas em compensação ele é o homem do trabalho para sustentar sua família, é o homem reto, obediente, de fé profunda, inteiramente disponível à vontade de Deus; alguém que amou, creu e esperou em Deus e no Messias contra toda a esperança. José profissionalmente era um simples e modesto artesão, um prático na fabricação e conserto das coisas mais necessárias para uma pequena aldeia antiga. No entanto, este pobre trabalhador, pela sua fé, honestidade e retidão, foi escolhido entre todos os homens para ser o Pai oficial de Cristo, o esposo fiel e puro da Virgem Imaculada.
Este é o santo incomparavelmente grande e simpático que veneramos hoje. “Sua figura quase desaparece” nos primórdios do cristianismo, para que se firme melhor a origem divina de Jesus. Mas já na Idade Média, São Bernardo, Santo Alberto e Santo Tomás de Aquino lhe dedicaram tratados cheios de devoção e entusiasmo. Desde então seu culto cresceu continuamente. O Papa Pio IX declarou-o Padroeiro da Igreja e Leão XIII propunha- o como advogado dos lares cristãos. Em nossos dias foi proposto como “modelo dos operários”.
Trecho da obra O santo do dia, de Servílio Conti.
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