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Redação

24 de junho - Dia de São João Batista

Dom Servílio Conti, IMC


“Poucos santos foram e são tão populares em todo o mundo cristão como o santo que hoje festejamos. Cantos, danças folclóricas, fogueiras e quadrilhas, foguetes, além das procissões e mastros, são os aspectos típicos da festa de João Batista.”


Este é o único santo, além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele a preanunciação do Natal de Cristo. Os evangelistas apresentam com todo rigor a figura de João como precursor do Messias. Seu nascimento e missão foram anunciados pelo Anjo Gabriel ao pai Zacarias (Lc 1,5-25). Na circuncisão recebeu, por inspiração divina, o nome de João, que significa “Deus tem piedade”. Era seis meses mais velho do que Jesus, mas iniciou sua pregação pública à beira do Rio Jordão, alguns anos antes de Cristo dar início à própria missão.


O evangelista São Lucas assim resume sua infância: “O menino foi crescendo e fortificava-se em espírito, e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel” (Lc 1,80).


Há autores que dizem que João se teria unido à seita dos essênios, tipo de monges rigoristas que viviam no deserto à beira do Jordão ou do Mar Morto, em forma comunitária, entregues à oração e à penitência. O Evangelho apresenta Batista por ocasião do batismo de Jesus.


Com palavras incisivas e vibrantes, pregava a necessidade da conversão e do batismo de penitência. Suas palavras eram duras e veementes. Insistia com rigor na necessidade do fiel cumprimento dos deveres de estado. Argumentava com a proximidade da vinda do Messias prometido e tão esperado.


A originalidade deste profeta era o convite a receber a ablução com água no Rio Jordão, prática chamada batismo, e daí o apelido de Batista.


Sua pregação atraía muitas pessoas impressionadas pelas suas palavras e pelo exemplo de vida austera. O próprio Evangelho diz que vestia rude pele de camelo e alimentava-se com gafanhotos e mel silvestre.


João, em sua pregação, descreve, com figuras apocalípticas, o juízo iminente de Deus e exorta a todos à penitência dos pecados como única forma de escapar da ira de Deus. Ao ver muitos fariseus batizados, disse-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a escapar da ira iminente? Fazei, portanto, frutos dignos de conversão e não julgueis que vos basta dizer: “‘Temos por pai Abraão’, pois eu vos asseguro que Deus tem o poder de suscitar destas pedras verdadeiros filhos de Abraão. O machado está posto à raiz das árvores e toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo” (Mt 3,7).


João Batista teve a sorte de batizar o próprio Cristo, embora protestasse ser indigno de desatar-lhe as sandálias. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Mt 3,11).


João morreu mártir pela fidelidade à sua missão de profeta em denunciar publicamente o adultério de Herodes, que vivia em forma escandalosa com a cunhada Herodíades. Foi preso, encarcerado na fortaleza de Maqueronte e depois degolado a pedido da esposa adúltera de Herodes. Seus discípulos recolheram o corpo e lhe deram honrada sepultura.


O maior elogio dado a São João foi o de Jesus que o definiu: “Ele é mais do que um profeta. Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior que João Batista. Contudo, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Mt 11,11). João, de fato, pertence ao Antigo Testamento e nós ao Novo. Quem viver plenamente a redenção que nos vem de Cristo, já é maior, pela graça, que o profeta João!

 

Oração de São João Batista


São João Batista, que veio anunciar a vinda do Messias, Jesus Cristo nosso Salvador, que em meio ao deserto pregou a todos os que vieram ao seu encontro para ouvir suas santas palavras e às margens do Rio Jordão batizou os primeiros fiéis e teve a sagrada honra de conceder o Batismo àquele de quem não se considerava merecedor, Jesus Cristo, o ungido Filho de Deus, faça de mim um templo para aspirar as benesses do Cristo crucificado e conceda-me a água sagrada, a mesma que nele aspergiu quando disse: 'Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo'. Eu, pobre pecadora, que me considerava indigno das promessas de Cristo, a partir deste momento regozijo-me pela sua bênção santíssima e curvo-me à vontade soberana do Pai.


Assim seja.


Amém!


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