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26 de setembro - Dia de Cosme e Damião

Redação

“O culto aos Santos Cosme e Damião teve início no Oriente, passando a seguir para o Ocidente, onde gozou de muita popularidade. Seus nomes foram incluídos no cânon da santa missa, o que é um privilégio reservado a poucos; além disso, em Roma foram-lhes dedicadas várias igrejas, sendo a mais importante a construída pelo Papa Félix IV, em 528.”

São Gregório de Tours (século V) escrevia em seu livro A glória dos mártires: “Os dois irmãos gêmeos, Cosme e Damião, médicos de profissão, depois de se tornarem cristãos, espantavam as enfermidades pelo mérito de suas virtudes e intervenção de suas orações. Coroados após diversos martírios, uniram-se no céu e fazem em favor de seus compatriotas numerosos milagres. Porque se algum doente acode cheio de fé a orar sobre seu sepulcro obtém cura imediatamente...”


Mas quem foram, quando viveram e como foram martirizados estes santos?


A única resposta historicamente incontestável é que eles, de fato, eram irmãos, viveram no Oriente, provavelmente eram oriundos da Arábia e foram mortos cruelmente, por causa de suas convicções cristãs, no início do século IV, sob o Imperador Diocleciano.


Segundo elementos mais prováveis das diversas tradições relativas à vida deles, Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e desde jovens se habilitaram na profissão médica. Circunstâncias desconhecidas os colocaram em contato com o cristianismo e se tornaram animados discípulos de Cristo.


Aproveitando da sua arte médica, mas confiando muito mais no poder da oração e na confiança em Deus, os dois irmãos continuavam a exercer a medicina, conseguindo êxito extraordinário.


A admiração e o pasmo dos pagãos cresciam ainda mais, vendo que estes médicos não aceitavam a mínima gratificação. Eram outras as riquezas que os atraíam. O objetivo deles era fazer da arte médica um meio de apostolado para a conversão dos pagãos. De fato, conseguiram deitar a semente evangélica em muitos corações e numerosas foram as conversões.


Assim viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. No entanto, esta atividade devia chamar a atenção das autoridades, ainda mais que tinha estourado a terrível perseguição de Diocleciano, por volta do ano 300 da era cristã. Tendo recebido ordens do Governo Imperial, uma das primeiras medidas coercitivas do governador daquela região foi ordenar a prisão dos dois médicos, indicados como acérrimos inimigos dos deuses pagãos. Citados perante o tribunal, o governador os interpelou sobre sua pátria e religião. Acusados de se entregarem a feitiçarias e usar meios diabólicos para disfarçar as próprias curas, eles responderam:


“Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder”.


“É preciso que adoreis os deuses, sob pena de cruel tortura”, disse o governador. Ao que eles responderam: “Teus deuses não têm poder algum; nós adoramos o Criador do Céu e da Terra!”


Para induzi-los à apostasia, o governador mandou aplicar-lhes tormentos bárbaros. Vendo, porém, que estes processos eram inúteis, deu ordem para que fossem decapitados.


Cosme e Damião morreram mártires em 303. Os corpos foram transportados para Cira, na Síria, e depositados mais tarde numa Igreja, que recebeu o nome dos “Santos Gêmeos”. O próprio Imperador Justiniano, vendo-se favorecido em grave doença, por volta do ano 530, construiu em Constantinopla uma grandiosa igreja em honra destes padroeiros. Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina.

 

Trecho da obra - "O santo do dia", de Servílio Conti.


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