Dom Servílio Conti, IMC
Nosso pensamento vai hoje a um dos fatos mais marcantes da vida religiosa do século XX: a aparição de Nossa Senhora, em Fátima. Aos 13 de maio de 1917, a Virgem apareceu numa pequena aldeia de Portugal, chamada Fátima. Era domingo. Três crianças costumavam todos os dias levar a pastar as poucas ovelhas da família. Crianças inocentes, pobres, analfabetas, mas já iniciadas na fé e devoção a Nossa Senhora.
Alternando seu tempo com folguedos e orações, enquanto davam umas olhadelas às ovelhas para que não invadissem terrenos cultivados, eis que, pelo meio dia, num céu sem nuvens foram assustadas por relâmpagos e depois notaram uma forte luz. Sobre uma arvorezinha de azinheira aparecia uma Senhora mais brilhante que o sol, branca no vestido, mãos postas ao peito donde pendia um rosário. Seu rosto era levemente triste. E a Senhora lhe diz: “Não tenhais medo, não quero fazer-vos nenhum mal”.
Lúcia, a maior das videntes, de dez anos de idade, se atreve a fazer umas perguntas: quem ela era, o que queria, etc. e assim travou-se um pequeno diálogo entre a Virgem e ela. A Mensagem de Nossa Senhora iria se completar progressivamente nas aparições posteriores, no dia 13 de cada mês, até outubro, e pode ser resumida nas seguintes palavras:
1) Maria sente-se preocupada com o crescer do mal, dos pecados da sociedade, sobretudo da imoralidade e indiferença religiosa que levam tantos pecadores ao inferno e são causa de tantos males sociais, inclusive, guerras e perseguições, etc.
2) Maria pede nossa colaboração para a paz do mundo (pois era o tempo da Primeira Guerra Mundial) e para conversão dos pecadores. Para isso: exige de nós conversão autêntica de nossa vida a Cristo; sugere a oração fervorosa como poderoso meio de obter o perdão de Deus e recomenda, sobretudo, a reza do terço todos os dias, possivelmente nas famílias; Nossa Senhora sugere a famosa jaculatória a ser intercalada nos mistérios do Terço: “Ó Jesus, perdoai nossos pecados, preservai-nos do fogo do inferno; levai as almas todas para o Céu, particularmente as que mais precisarem de vossa misericórdia”.
Nossa Senhora exorta à penitência, à mortificação e aos sacrifícios, a fim de obter a conversão dos pecadores e a paz do mundo; enfim, pede a consagração de cada um de nós e da própria sociedade ao seu Coração Imaculado, aconselhando a comunhão reparadora todos os primeiros sábados do mês.
As aparições de Nossa Senhora em Fátima, após diligente e rigoroso exame dos fatos, tiveram o reconhecimento oficial da Igreja. Os Papas Paulo VI e João Paulo II afiançaram a Mensagem de Nossa Senhora com a própria visita solene a Fátima. O primeiro em 1967, por ocasião do Jubileu de Ouro das Aparições, o segundo em maio de 1982, renovando, após 40 anos, a consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria.
Lúcia passa seus dias no silêncio do claustro, entregue à oração, à penitência e ao trabalho. As outras duas crianças: Jacinta e Francisco, faleceram poucos anos depois das aparições, passando pela purificação dos sofrimentos, conforme a predição de Nossa Senhora.
Fátima é e ficará sendo um dos maiores centros de espiritualidade mariana, continuando a pregar ao mundo a necessidade da conversão interior e da oração.
Oração, por Pe. Lourenço Ferronatto:
Ó Santíssima Virgem Maria, que nas montanhas de Fátima revelastes aos três pastorinhos uma mensagem de paz e de esperança para toda a humanidade e, ao mesmo tempo, fizestes um chamado à conversão, à penitência e à oração, alcançai-me a graça que insistentemente eu vos peço nesta novena (fazer o pedido). Que o Imaculado Coração de Maria seja o meu refúgio e o caminho que me conduz a Deus.
Amém.
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