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  • Redação

Coluna da Débora | Ministério do catequista e a comunidade

Olá! Vamos conversar mais um pouco sobre o Ministério de Catequista?

Hoje iremos refletir sobre sua relação com a comunidade eclesial!

Não é demais afirmar que “a catequese é um ato de natureza eclesial” (DC, 55) e que “toda comunidade cristã é responsável pelo ministério da catequese [...] o catequista pertence a uma comunidade cristã e dela é expressão. Seu serviço é vivido dentro de uma comunidade” (DC, 111). As reflexões do Diretório para a Catequese nos ajudam a perceber a dimensão comunitária dessa ação tão importante na Igreja.


Quando refletimos sobre a catequese como ato eclesial, percebemos que para compreender a catequese como formação ao discipulado é necessário uma nova mentalidade, capaz de assumir os processos iniciáticos como dinâmica formativa e não apenas promover reformas, ou uma mudança nominal, ou simples inclusão de ritos no itinerário catequético. Isto significa pensar a catequese em uma Igreja em saída, assim como nos pede o Papa Francisco.


Uma Igreja em saída é uma comunidade que vive e testemunha a alegria de quem encontrou o Salvador, por Ele foi visitado e teve sua vida transformada, é uma Igreja que acolhe, que acompanha, que anuncia, que festeja, que se solidariza, por isso se empenha para que outros façam uma experiência semelhante. São essas características que garantem a vida e dão novo significado à existência das comunidades cristãs, será esse perfil de comunidade que assumirá a formação ao discipulado compreendendo-se em estado permanente de conversão pastoral.


Quando compreendemos a catequese como ação de natureza eclesial e, por isso, ação formativa comunitária, percebemos que a consciência eclesial ainda é fraca e se preocupa mais em manter antigas práticas do que avançar para escolhas mais ousadas que a coloquem em atitude de saída. O fato de nos perguntarmos sobre o perfil da comunidade pede, também, que nos perguntemos sobre o que se entende por “ser Igreja”, pois é essa consciência que iluminará a ação eclesial. De fato, hoje percebemos várias limitações em nosso agir que revelam as limitações de uma consciência eclesial estática e pouco, ou quase nada, inclusiva. Ao perceber as restrições das ações pastorais e os efeitos negativos que ela tem sobre a comunidade propõe-se um processo de conversão pastoral que significa não apenas uma mudança no modo de agir, mas envolve a consciência, pessoal e comunitária, as estruturas e a prática.


Ao pensar o ministério de catequista como um serviço à comunidade, percebemos que o desafio será o de tornar a comunidade cada vez mais missionária, “que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes em atitude constante de saída” (EG, n. 27), e a saída é em vista da evangelização entendida como “tornar o Reino de Deus presente no mundo” (EG, 176). Pois apenas uma comunidade renovada é capaz de catequizar e formar novos cristãos.

 

Débora Pupo é Coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2, da CNBB e autora da coleção "Crescer em Comunhão" e dos livros: "Catequese... Sobre o que estamos falando mesmo?" e "Celebrações no Itinerário Catequético... Sobre o que estamos falado?", todos publicados pela Editora Vozes. Bacharel em Teologia, pela Faculdade Missioneira do Paraná, a colunista também é mestre na mesma área, formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, tendo como título de sua dissertação: "Iniciação Cristã e Catequese com adultos: um caminho para o discipulado".

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