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  • Redação

Cristo ressuscitado é nossa esperança


A ressurreição de Cristo, fundamento da nossa esperança

Nossa esperança tem um nome: Jesus Cristo. E se fundamenta em um fato: sua ressurreição. Tudo o que se encontra na esperança do cristão, capaz de “esperar contra toda esperança”, nasce de Jesus, crucificado por seus adversários, mas ressuscitado por Deus. O “princípio-esperança” dos seguidores de Jesus Cristo tem seu fundamento nesse acontecimento e na história de esperança iniciada por Ele. Somente em Cristo ressuscitado nos é revelado o futuro último que podemos esperar para a humanidade como seus seguidores, o caminho que pode levar o ser humano à sua verdadeira plenitude e à garantia última perante o fracasso, a injustiça e a morte.


A ressurreição de Cristo abre um futuro de vida plena para toda a humanidade. Jesus, ressuscitado pelo Pai, é apenas “o primeiro que ressuscitou dos mortos” (Cl 1,18). Ele se antecipou a todos para encontrar no Pai uma vida definitiva que também está reservada para nós. Sua ressurreição é o fundamento e a garantia da nossa. “Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará com sua força” (1Cor 6,14). Portanto, a morte não tem a última palavra. A fome, as guerras, os genocídios, os vários tipos de terrorismo e as “limpezas étnicas” não constituem o horizonte final da história. A violência destrutiva, a metralhadora nem o câncer acabarão com o ser humano.


A ressurreição gera, ao mesmo tempo, esperança em uma justiça final. Deus não está disposto a ver “o carrasco triunfar sobre suas vítimas” (M. Horkheimer). A ressurreição de Jesus nos revela que Deus está do lado dos crucificados e contra seus crucificadores. Ele coloca sua justiça última onde os homens colocam injustiça e morte. A ressurreição é a última palavra de Deus sobre o destino final dos maltratados. A miséria, o desemprego, a humilhação, a exploração não são a realidade definitiva de suas vidas. Deus ressuscitou o Crucificado: “Essa é a grande esperança do mundo da marginalização”. Quem, movido pelo Espírito de Jesus, trabalha para ser justo e humano, mesmo diante de abusos e injustiças, um dia conhecerá a justiça. Quem, seguindo Jesus, lutar por um mundo mais justo e solidário, um dia desfrutará dele.


A ressurreição nos revela, portanto, que existe perdão para a humanidade. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2Cor 5,19). A saudação de Jesus ressuscitado é de paz e não de vingança. É por isso que podemos reconhecer nossas próprias injustiças e pecados sem cair no “delírio da inocência” (J.B. Metz) e na irresponsabilidade do homem contemporâneo, que sempre tenta culpar os outros sem jamais admitir qualquer culpa. Deus sempre oferece perdão e libertação da culpa. Onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5,20). Nenhum pecador que voltar para Ele e, movido pelo Espírito de Jesus, invocá-lo com confiança como Pai se desapontará. Participará da festa final da humanidade.


Da ressurreição de Cristo, portanto, antes de mais nada, nasce uma esperança. Sem dúvida, nós, cristãos, temos que nos perguntar quem foi Jesus de Nazaré, porque somente se seguirmos seus passos caminharemos em direção ao seu destino último; devemos também considerar que exigências concretas sua mensagem e seu projeto humanizador do Reino de Deus têm para nós hoje, porque somente se abrirmos caminhos para esse projeto avançaremos em direção ao reino definitivo, mas a pergunta decisiva é: O que podemos esperar dele, que possibilidades concretas podemos encontrar no Cristo ressuscitado para a história humana? Cristo é “a nossa esperança” (1Tm 1,1). Com base nessa esperança, os cristãos aprendem a acreditar em Deus e a desvendar o sentido último da vida.


 

Sobre o autor:


José Antonio Pagola cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. Foi professor de Cristologia na Faculdade Teológica do Norte da Espanha (Vitória). É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia, e diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Há muitos anos se dedica exclusivamente a pesquisar e tornar conhecida a pessoa de Jesus em obras como: Jesus – Aproximação histórica (2010); Voltar a Jesus (2015); Grupos de Jesus (2015); É bom crer em Jesus (2016), entre outras.

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