Quando Moisés se aproxima da sarça, Deus diz a ele: “Não te aproximes daqui! Tira as sandálias dos pés, pois o lugar onde estás é chão sagrado” (Ex 3,5). Hoje em dia, muitos zombam daquilo que acreditam ser uma visão primitiva: de que existem espaços especiais e “sagrados”.
Para a pessoa esclarecida, um espaço é simplesmente espaço. Deus está por toda parte. Ele não precisa de igrejas e de distritos demarcados. Mas quando olhamos para o nosso tempo, vemos pessoas que, ainda hoje, procuram lugares especiais. Para alguns, sua cidade de origem é sagrada; para outros, é o lugar em que se apaixonaram. Outros procuram lugares que apresentam uma boa radiação ou vibração, procuram lugares de força em que podem reabastecer suas energias.
A casa é como uma pele protetora para o corpo e a alma. É o lugar em que moramos. Originalmente, “morar” significa “encontrar bem-estar, estar contente, sentir agrado, habituar-se”. A casa é o espaço em que encontramos a paz interior e exterior, em que descobrimos o prazer de viver e de ser. Construímos e equipamos a nossa casa como um espaço no qual possamos nos sentir à vontade. Mas sentimos também que devemos proteger a nossa casa para que ela realmente se torne aquele espaço agradável que nos agrada, em que nos sentimos em casa.
Para refletir:
Qual é um lugar especial ou sagrado para você?
Quais lugares na sua vida são “sagrados” para você?
Sobre o livro
Caderno de espiritualidade
Descubra o sagrado em você
Anselm Grün
Como os anjos, o sagrado também exerce um fascínio grande sobre nós. Mas hoje em dia, o sagrado também está ameaçado. Anselm Grün encontra uma resposta libertadora para esse dilema: o sagrado protege as pessoas enquanto elas protegerem o sagrado. Sejam espaços do silêncio, o café da manhã com a família no fim de semana ou a fotografia moldurada da avó – cada pessoa precisa de lugares, rituais e objetos que o remetem para além das restrições do dia a dia.
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