Ó Deus, grande e bom, Senhor dos céus mais profundos e misteriosos e dos mais humildes e perdidos peixinhos do mar; ó Tu que inspiras o coração dos bons e enches de compunção o dos pecadores; que colocas um aguilhão no sono dos prepotentes e paz de espírito na vida das pessoas simples; que te inclinas sobre os doentes para que não desesperem e ouves o grito dos pobres para que sejam fortes; ó Deus, grande e bom, Santo, Santo, Santo, nós te louvamos, bendizemos e adoramos, confessamos nossa fé em teu poder e dobramos nossos joelhos diante de tua majestade.
Queremos também bendizer-te pelas maravilhas que Jesus operou em Simão, rústico pescador da Galileia, transformando-o em Cefas, Pedro e pedra, a quem confiou a missão de pastorear sua Igreja. Ele não foi apenas o primeiro papa, mas teve, principalmente, a honra, com seu irmão André, de ser o primeiro chamado para ser pescador de homens.
Te louvamos pela obediência deste grande apóstolo que não hesitou em deixar as redes da casa de seu pai para atender ao chamamento de Jesus. Que nunca nos falte tal prontidão para o Reino de Deus.
Te louvamos por seu caráter limpo e voluntarioso, ao mesmo tempo, que o fazia, sem cerimônias, despertar Cristo em meio da tempestade e o levava a arrancar da espada para defendê-lo. Que nossa fé seja assim: acordada e corajosa, lúcida e límpida.
Te louvamos por sua fidelidade ao divino Salvador, acompanhando-o em toda parte e acolhendo-o em sua casa. Que outra honra e distinção poderíamos pretender, senão a de termos Cristo como o mais desejável hóspede de nossa vida?
Sim, embora surpresos e entristecidos, queremos também louvar-te por sua traição que o fez chorar lágrimas de fogo, purificando-o de um comportamento ainda pouco amadurecido. Perdoa-nos, te pedimos, nossas pequenas ou grandes traições e aceita o sofrimento das traições que nos ferem.
Como São Pedro, que amou e traiu, que tudo abandonou e, finalmente, deu sua vida por Jesus, também nós queremos imitá-lo, amando e servindo nosso divino Salvador. Queremos sempre responder prontamente a seus apelos, seguindo-o fielmente e confessando-o alegremente no Tabor ou no Jardim das Oliveiras. E se formos chamados a testemunhá-lo, junto ao fogo ou na noite escura de nossas dúvidas, dá-nos a coragem e a graça de não traí-lo. Antes, que nossas palavras possam não ser outras que as do apóstolo Pedro:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” (Mt 16,16).
Amém.
Sobre o livro:
Frei Neylor J. Tonin
"Rezar é sempre uma forma personalíssima de ser (religioso). Todos podemos ser pessoas de oração, mas minha mãe rezava de um jeito, meu pai de outro e cada pessoa é irrepetível quando se coloca de joelhos em oração." Esta obra reúne orações, salmos e louvações.
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