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Redação

Feliz dia de Reis!

Caros leitores e leitoras, irmãos e irmãs catequistas,


Paz e bem!


Agora que estamos chegando ao fim do tempo do Natal, celebramos uma festa importante, chamada Epifania do Senhor. Nela se proclama que o Menino Deus, nascido em Belém e reclinado na manjedoura, é Senhor de todos os povos e nações.


Neste dia se recorda que Jesus, ainda recém-nascido, foi visitado e adorado como rei por magos vindos do Oriente. Esta festa ganhou cunho cultural no mundo inteiro. No Brasil ela é chamada, entre outros nomes, de Folia de Reis e Reizada.


Mas quem são estes personagens? O que eles nos ensinam?


Bem... a primeira coisa a se notar é que o Evangelho os chama de “magos” e não de reis, e não diz quantos eram. A tradição, por sua vez, fala de três[1]e lhes atribui, inclusive, nomes, a saber: Baltasar, Melchior e Gaspar. O texto bíblico fala que eles vieram ao encontro do Menino guiados por uma estrela, o que leva a acreditar que eram estudiosos, intelectuais, astrólogos/astrônomos. A tradição, em muitos lugares, ainda lhes atribui três nações diferentes, ilustrando neles os continentes conhecidos de então: a África, a Europa e a Ásia. Com esses dados podemos nos avizinhar destes personagens, na tentativa de compreender um pouco mais daquilo que esta festa nos ensina.


Estes magos, como já ficou claro, indicam todos os povos da terra: o menino nascido não é apenas Rei de Israel, ele congrega em torno de si todos os povos da terra. E mais ainda: ele é o Senhor do Cosmos. Os astros o indicam! Os magos, estudiosos e observadores da natureza e dos corpos celestes, reconheceram os sinais do rei que estava por vir. A imagem de uma estrela que os guia evoca este fato: o nascimento de Jesus abarca tudo o que existe. Agora, o criador vive entre a sua criação, feito ser humano. Sendo estudiosos, por fim, revelam que até mesmo a razão humana, por graça de Deus, aponta para sua existência e pode ajudar no encontro com Ele.


No que se refere aos presentes, um dos hinos entoados pelos cristãos neste dia diz assim:

"Ó menino, nos presentes,

Pelo Pai determinados,

Reconheces sinais claros

Do poder do teu reinado.”


O cantor, como quem fala com o próprio menino Jesus, explica aos fiéis a alegoria dos presentes trazidos por estes homens do oriente. Ele ensina:


“Para o Rei é dado ouro,

Para Deus incenso puro.

Mas a Mirra prenuncia

Do sepulcro o pó escuro”


Com elementos facilmente interpretados pela comunidade de seu tempo, o Evangelista retoma várias imagens do Antigo Testamento para ensinar que o Menino nascido em Belém é a descendência real de Davi, mas não só isso: ele também é Deus e o Cordeiro de Deus, a ser imolado em favor da humanidade.


Deste modo, a festa da Epifania do Senhor é uma data de alegria. O termo significa “aparecer”, “tornar visível”. Neste dia a comunidade dos cristão se alegra porque Jesus se manifestou como um presente para todos as nações. Nele, Deus acolhe todos os povos e culturas e quer se encontrar com todos. Nesta data, vemos o real sentido dos “presentes” natalinos. Aliás, seria a melhor data para eles: depois de um itinerário de festas que marcam a oitava do Natal, reconhecemos com os magos que o real presente é Jesus Cristo, que reúne e congrega como irmãos os homens e mulheres de todos os povos e tempos.


Em tempos de tanta pluralidade e ao mesmo tempo de brutal intolerância, a epifania do Senhor pode motivar nossa ação catequética a ser promotora do acolhimento e do respeito.


Feliz dia de Reis!

[1] São Leão Magno, no sec. V, já fala de 3 magos.

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