Festa da transfiguração | Mt 17, 1-9
Neste primeiro domingo de agosto celebramos a Festa da Transfiguração do Senhor. Diante dos apóstolos Pedro, Tiago e João, Jesus mudou de figura. Seu rosto brilhou como o sol. Os três apóstolos puderam viver, com intensidade, esse momento de glória do Senhor.
O Evangelho começa relatando que Jesus chamou Pedro, Tiago e João e subiu à montanha. Os três foram testemunhas da glória de Deus, que se manifestou em Jesus Cristo transfigurado. Diante dos discípulos Jesus transfigurou-se. O seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. Ali apareceram Moisés e Elias, que estavam conversando com Jesus. Pedro toma a palavra e diz que é bom estar ali. Faz uma proposta à Jesus – “Se queres, vou fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
Pedro ainda estava falando quando veio uma nuvem luminosa, cobrindo-os com sua sombra e dela saiu uma voz que dizia “este é meu filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-O!”. Jesus, então, aproxima, toca neles e pede para levantarem e não ter medo de descer a montanha.
Meu caro leitor, na narrativa da transfiguração, vemos Pedro que é tentado a convencer Jesus, dizendo era bom ficar por ali e não voltar para a planície. À primeira vista, parece bonito o que Pedro diz. Na verdade, ele tenta fazer com que Jesus desista da cruz e deixe o caminho do sofrimento.
Diante da tentação de Pedro é a Palavra do Pai que se faz ouvir. Da nuvem se ouve a voz de Deus: “este é meu filho amado, ouvi-o”. Quando ouvem essas palavras, os discípulos “ficaram muito assustados e caíram com o rosto por terra”. Foram derrotados em suas tentações de quererem permanecer ali. Jesus, como sempre os encorajam. Aproxima-se toca neles e diz para “não ter medo”.
Como Pedro, às vezes, temos a tentação de querer fazer tendas e ficar em cima do monte. É mais cômodo e mais prazeroso querer ver Deus somente nos momentos bons da vida. A nossa dificuldade é ver Deus nas intempéries e nas noites escuras da caminhada. O desafio da nossa vida de fé é ter a coragem de descer a montanha e, na planície, encontrar Deus, que aparentemente não está presente.
Sabemos que é bom ver Jesus com o rosto brilhante como o sol e as roupas brancas como a luz. Mas é necessário encontrá-Lo no caminho da cruz, como Servo Sofredor. É no caminho da realidade mais dolorida que Ele nos anima, instrui e fala ao nosso coração para ter coragem que adiante virá a glória.
É na nossa capacidade de enfrentar os desafios e dificuldades da vida que seremos transformados como Jesus. Ele não desviou do caminho, mesmo diante das tentações. Passou pelo calvário e enfrentou a dor da cruz, porque saiba que seria necessário para contemplar a glória.
Tenhamos coragem de desarmar as nossas tendas do comodismo, para nos colocar no caminho com Jesus, estando com Ele na montanha, mas também na realidade concreta da planície de nossa vida.
Hoje iniciamos o mês vocacional e lembramos, neste primeiro domingo, da vocação sacerdotal. Cada um de nós temos um vínculo com algum sacerdote. Vamos lembrar dele e rezar, para que continue fiel à sua vocação. Seja o padre da sua paróquia, aquele que te conferiu o sacramento do batismo, que ouviu sua 1ª confissão, que lhe deu Jesus na 1ª comunhão eucarística ou assistiu seu casamento. Tire um momento do seu dia e reze por ele e por todos os sacerdotes, como também pelas vocações, para que o Bom Pastor continue enviando operários para sua messe.
Sobre o autor:
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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