Precisamos de novos padres
Dom Orlando Brandes
O padre é tão necessário para a sociedade como o médico, o prefeito, o professor. Isso porque humano tem uma abertura natural para Deus. A alma humana é imortal e o ser humano é espiritual. O sacerdote é o “especialista de Deus”, o perito nas coisas espirituais, o mestre de valores humanos, o médico da alma, o representante de Jesus. Todas as religiões têm seus sacerdotes, pastores, religiosos, gurus, diretores espirituais, guias da alma, conselheiros.
Vemos assim que é um ato de justiça e de respeito pela pessoa humana a questão vocacional, pois toda vocação é para a missão. O padre não é padre para si, mas para os outros. Quanto bem o padre faz para a família, as crianças, os jovens, os idosos. Ele é um benfeitor da humanidade.
Por outro lado, Jesus mesmo deixou a sua Igreja nas mãos dos doze apóstolos que Ele mesmo educou e preparou. O padre é quem leva em frente a encarnação de Jesus. Ele é um “outro Cristo”. É amado, chamado, consagrado e enviado pelo próprio Jesus com a missão de ser o servidor do povo, o promotor da dignidade humana, o portador dos meios de salvação. É homem de Deus para o povo, é o portador da graça.
Precisamos de padres. Isso exige que todos sejamos envolvidos na revitalização vocacional. Sim, vamos rezar pelas vocações, mas precisamos envolver as famílias, os jovens, as crianças, as lideranças, as pastorais e movimentos, os párocos, o presbitério, os religiosos e religiosas, os diáconos, para deslanchar uma revolução vocacional até conseguirmos criar uma “cultura e empatia vocacional”. Isso está exigindo de nós um salto vocacional, um entusiasmo e uma mística vocacional, até que se organize um marketing vocacional permanente.
Esperamos chegar a uma capilaridade vocacional, uma vocacionalização das pastorais, onde todos formaremos um “mutirão vocacional”. Isso tem um preço: atrair a infância missionária, os coroinhas, as crianças da Primeira Eucaristia, os catequizandos, os grupos de jovens, as universidades, as escolas e os profissionais.
Urge tocar nos ombros dos jovens e motivá-los no seguimento a Jesus. É preciso apontar, falar, questionar, atrair, conquistar osvocacionados. Vocação tem tudo a ver com atração. Os pais e os padres são os primeiros promotores vocacionais. Promover vocações é uma urgência para toda a Igreja e uma “prioridade presbiteral inadiável”. Um presbitério alegre e unido é propaganda para vocações sadias, servidoras.
Sem padre não há Eucaristia, apaga-se a luz do sacrário, o altar vira uma mesa qualquer. Sem padre não há absolvição dos pecados e o povo de Deus é prejudicado tanto na pastoral como na vida espiritual e existencial. Jesus teve compaixão do povo porque eram ovelhas sem pastor. A Pastoral Vocacional é um gesto de amor pela glória de Deus e de compaixão com o povo.
Sobre o livro:
Dom Orlando Brandes
O sacerdote tem os olhos fixos na glória de Deus e na salvação do mundo. Ele aponta para o primado de Deus e para a elevação da dignidade humana, assumindo o propósito do esquecimento de si e a promoção do outro. Ele assume a missão de cultivar o amor a Deus através de vários ensinamentos e atitudes que farão a diferença em seu cotidiano e na própria realização de sua vida pessoal. Este é um livro destinado àqueles que estão discernindo um processo vocacional de levar Deus às pessoas, tendo como propósito cultivar essa missão nos dias atuais.
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