Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
Pedro dirige-se a Jesus assustadamente para perguntar quantas vezes deve perdoar o irmão que o ofendeu. Isso porque os chefes de Israel condenavam a vingança, a ira e o rancor. Eles exigiam que quem errasse devia procurar a reconciliação, pedindo perdão por sua falta. As pessoas ofendidas, obrigatoriamente, deviam aceitar as desculpas e dar o perdão.
Ao se dirigir a Jesus, Pedro quer saber dele como os discípulos deveriam agir, porque os israelitas só toleravam o erro até quatro vezes. Pedro acha, então, que sugerindo sete vezes estava fazendo o máximo e, portanto, sete vezes seriam suficientes. Jesus responde dizendo que para perdoar não se deve ter quantidade, pois o perdão é ilimitado. A resposta de Jesus vai muito além do que já assustava Pedro, que era perdoar mais que os judeus.
Portanto Jesus ensina que o perdão é ilimitado. E para clarear, ainda mais, o que quer dizer perdoar sempre, conta a parábola dos dois devedores (Mt 18,23-35). A um homem foi perdoada uma quantia muito grande e quando ele encontra um companheiro que o deve umas poucas moedas, não perdoa.
Como na parábola, acontece no mundo hodierno, onde muitas pessoas querem ser perdoadas pelos outros, mas não são capazes de dar o perdão a quem as ofenderam. Querem receber o perdão de Deus pelas suas grandes faltas, mas são incapazes de perdoar o irmão que por coisas simples as magoaram.
Como discípulos (as) missionários (as) de Jesus, somos convidados (as) a perdoar sempre. Este gesto não pode ter limites. Deve ir ao infinito e, portanto, o perdoar dever ser a única atitude do cristão, diante do pecado e do pecador. Pois é, através do perdão que o amor renasce, cresce, frutifica e transforma vidas.
Lembremos de que perdoar é devolver ao outro o direito de ser feliz. E todos temos essa garantia. Foi para a felicidade que Deus nos criou e deseja que, nessa vida, sejamos felizes e realizados enquanto pessoas, filhos e filhas muito amados por Ele.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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