Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
A narrativa do Evangelho deste domingo oferece-nos dois milagres que são realizados por Jesus. No primeiro milagre Jesus desperta a filha de Jairo do sono da morte. O segundo é a cura da mulher que tem hemorragia há muitos anos.
Jesus, mais uma vez, está no barco atravessando para o outro lado da margem. Há uma numerosa multidão junto dele e, com as pessoas, tem um chefe da sinagoga, chamado Jairo. Ele se aproxima de Jesus, cai sobre seus pés e implora para que Jesus vá até sua casa e impõe as mãos sobre sua filha.
Enquanto Jesus acompanha Jairo, a multidão também o seguia. Entre as pessoas tem uma mulher que sobre de hemorragia já faz muito tempo. Como Jairo, também ela aproxima de Jesus por traz e toca em suas roupas. Acredita que se tocar nele ficará curada.
Imaginemos as duas cenas. Aquele pai desesperado porque sabe que está diante da morte de sua filha. Aquela mulher que carrega uma doença humilhante e desconfortável. Ouve falar de Jesus e acredita que se tocar nele será curada. Porém há dois obstáculos. Tem medo de aproximar, porque era considerada uma pessoa impura e também porque há uma grande multidão, o que dificulta aproximar e tocar no Mestre.
Diante do relato do Evangelho temos dois aspectos importantes. Claro que aqui poderíamos aprofundar outros, mas estes são suficientes para o objetivo da reflexão.
O primeiro é que em ambos os casos há o desejo da pessoa necessitada de se aproximar de Jesus. Tanto Jairo, quanto a mulher doente acreditam que Jesus tem poder para curar. “Minha filha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela para que ela sare e viva”. “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”, diz a mulher hemorrágica.
O milagre acontece em nossa vida quando temos confiança e acreditamos que Jesus pode nos curar e nos libertar de todos os males. É a nossa fé nele que fará com que o milagre aconteça.
O segundo aspecto que devemos trazer para nossa vida é de que, ao aproximarmos de Jesus precisamos depositar fé. Se nossa proximidade com o Senhor não produzir mudanças em nossa vida, significa que o nosso contato com ele não é verdadeiro. Continuamos sendo a multidão que o acompanha, mas não se deixa transformar por sua presença.
Peçamos a Jesus a graça de aproximarmos dele sem medo e com fé. Foi o exigido das duas pessoas no Evangelho deste domingo. Quando deixamos o Senhor conduzir nossa vida, com a verdadeira confiança nele, somos transformados.
Que, então, Jesus reforce em nós a fé a confiança, para conseguirmos perceber e viver seu imenso amor em nossa vida.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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