Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
22º Domingo do Tempo Comum | Lc14,1.17-14
Com a liturgia deste domingo, encerramos o mês vocacional, celebrando o dia do catequista. O texto do Evangelho é propício para falar dessa sublime e essencial vocação na Igreja, pois fala da humildade. O catequista é alguém que exercita bem essa virtude. Vive seu ministério no anonimato eclesial, mas o desenvolve com todo vigor, garra, dinamismo, coragem e fé.
Vivendo em um mundo secularizado e egoísta, onde tudo é produção e lucro, falar de humildade chega a ser escândalo! Mas, lembremo-nos: quanto mais nos envolvemos na dinâmica maldita e desumana do acúmulo desnecessário e da sobrevivência submissa, tanto mais passaremos a vida como meros escravos e não como sujeitos. O catequista sabe viver sua vocação com profundidade e não se deixa seduzir pela vaidade das coisas do mundo e pelo serviço eclesial.
A vocação do catequista é atrair as pessoas ao seguimento de Jesus e fazer experiência do amor de Deus. É uma pessoa escolhida por Deus, através da Igreja e, por ela, encarregada para ser sinal e instrumento eficaz, para transmitir, com a própria vida e pela Palavra, a Boa Nova do Reino de Deus, que se revelou plenamente em Jesus Cristo. Por isso precisa ser uma pessoa que se ama e se sente realizada, em sua vida e em sua missão e que “olhe o mundo com os mesmos olhos como Jesus contemplava a sociedade de seu tempo”.
O catequista é alguém que, de fato, assumiu a missão de Jesus Cristo em sua vida e, por isso, tornou-se outro Cristo na vida de seus catequizandos. É alguém que, verdadeiramente, testemunha a graça e o amor de Deus em sua missão, porque é uma pessoa que se deixou encarnar a vida de Jesus em sua vida. Faz seu trabalho em silêncio, não aparece, não pede holofotes e não deixa a vaidade do ministério subir à sua cabeça, porque sabe que está servindo ao próprio Cristo e Senhor.
Por isso que o Evangelho deste domingo encaixa, muito bem, na vida, na vocação e na missão do catequista. Ele não se eleva, pelo contrário, se humilha, rebaixa e deixa Cristo aparecer. Não coloca o título de ser catequista à frente de tudo e de todos, porque, “quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
Que, ao encerrarmos este mês vocacional, possamos elevar a Deus uma prece por todos os vocacionados do Reino, aqueles que entenderam que a vocação é uma semente de Deus gerada no coração do homem. De modo especial, rendamos graças a Deus pela vida de nossos catequistas, agradecendo a todos pelo serviço de fazer com que as pessoas se encantem por Jesus Cristo e Ele torne mais conhecido e amado.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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