Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
E vós, quem dizeis que eu sou?
Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Esta pergunta Jesus a fez aos seus apóstolos, para saber deles qual era a opinião do povo a seu respeito. Todas as respostas foram dadas e, algumas, comparavam Jesus com os profetas da época. Uns dizem que seria João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas. Ninguém disse nada sobre quem de fato era de Jesus, sobre sua natureza divina.
Jesus, não satisfeito, continua fazendo a mesma pergunta, agora direcionada para os apóstolos seus discípulos mais próximos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” há um silêncio profundo. Ninguém responde. Porém, há o porta voz do silêncio de todos. Pedro toma a palavra e diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Afirmação clara, direta e objetiva sobre quem, de fato, é Jesus. Jesus ouve, agora, uma resposta totalmente diferente daquelas que os apóstolos tinham ouvido do povo.
Diante da resposta de Pedro o Mestre diz que ele é feliz, porque não foi a condição humana que o fez responder assim. Na verdade Pedro estava cheio de Deus. Foi o Pai que revelou a ele o que acabara de responder a Jesus. Diante da abertura de Pedro à Deus Jesus diz que sobre a fé construirá a sua Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.
Meu irmão e minha irmã, você que, semanalmente medita conosco o Evangelho dominical, na resposta de Pedro, fica bem claro qual deve ser nossa posição diante da pessoa e da vida de Jesus. Ela não pode ser um pensamento puramente humano e racional, que nos leve a conhecer e a falar sobre Ele. É preciso reconhecer Jesus como o Filho de Deus, o Cristo Senhor. Para dizer quem é Jesus é preciso, antes de tudo, ter fé e deixar de Deus agir e derramar sua graça sobre nossa vida, como fez na vida de Pedro.
Portanto, a pergunta feita por Jesus aos apóstolos continua sendo feita a cada homem e mulher nos dias de hoje: “E vós, quem dizeis que eu sou?” A resposta definirá a nossa posição com relação a Jesus, isto é, quem de fato Ele é para cada um de nós hoje. Nenhuma resposta terá valor suficiente se não incluir sua divindade. Mais do que as categorias humanas, Ele é Salvador e para salvar só pode ser Filho de Deus, só pode ser Divino, só pode ser Deus mesmo.
Assim, a única condição do homem para conhecer e falar de Jesus é deixar a graça de Deus inspirar sua vida e seu agir. Caso contrário não professará que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que sem perder sua divindade, fez-se homem e doou sua vida por amor a humanidade, garantindo-lhe a salvação. Para dizer e revelar quem é Jesus, é preciso deixar que toda a vida e o agir sejam uma contínua confissão daquelas palavras que outrora o apóstolo professou: “Senhor, Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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