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  • Redação

Reflexão do Evangelho: O trigo e o joio! | MT 13,24-43

Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa

O evangelho deste domingo nos apresenta três parábolas - o trigo e o joio, o grão de mostarda e o fermento na massa - que nos convida a meditar sobre o Reino de Deus e a convivência do bem e do mal, que existem no mundo e no coração do homem.


A parábola do trigo e do joio mostra-nos duas atitudes distintas, a paciência de Deus e a impaciência do homem. O homem quer ver o trigo crescer sem a presença do joio - “Senhor, queres que arranquemos o joio?”, enquanto Deus mostra que o bem e o mal estão aí - “Deixai crescer juntos até a colheita.” – o importante é vigiar e não permitir que o inimigo sobressaia no meio da boa semente.


Deus nos ensina que o joio e o trigo estão em toda parte. Precisamos, então, ficar atentos porque, dentro de cada ser humano sempre haverá o bem e o mal! Se matarmos o joio poderemos matar, também, o trigo. Cabe-nos, então, cultivar os dois e, no momento da colheita, saberemos fazer a separação.


As três parábolas do evangelho deste domingo fazem-nos pensar sobre a realidade do mal em nossas vidas. Surge, então, um questionamento: se Deus é misericórdia infinita, como explicar a realidade do mal? Porque ele está presente em nossas vidas?

Deus nos criou com inteligência e com vontade livre. O mal, portanto, vem do mau uso da nossa liberdade. Sempre teremos a tentação de destruir o joio e não deixar que ele cresça. Ainda mais, somos seres limitados e imperfeitos e, portanto, corremos o risco de confundir e arrancar o trigo, ao invés do joio. Precisamos esperar. Chegará o dia da colheita, conheceremos a identidade de cada um e poderemos fazer a separação.


O que Jesus, então, nos pede, no evangelho rezado, é prudência para discernir a presença do bem e do mal no mundo e em nossas vidas. Não é fácil separar o joio do trigo e o risco é grande de nos confundir.


Mas a dificuldade de saber qual é o joio e o trigo não podem nos levar ao comodismo ou ao relativismo. Desde já, antes mesmo da colheita, somos chamados a escolher o bem, mesmo que o mal vá se manifestando, até mesmo em aparência de bem.


Peçamos ao Senhor, através de nossa inteligência e de nossa vontade livre, que Ele nos ajude a evitar o mal em nossas vidas e que tenhamos a virtude da prudência para conseguirmos distinguir o bem do mal e saber fazer nossas escolhas sempre para o bem.

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.

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