Que os irmãos se sirvam
mutuamente e ninguém seja
dispensado do ofício da cozinha,
a não ser no caso de estar alguém
doente ou ocupado em assunto
de grande utilidade; pois por esse
meio se adquire maior recompensa
e caridade (RB 35,1-2).
São Bento tem todo cuidado com o serviço da mesa e o trabalho da cozinha. Ensina que é um exercício que deverá ser realizado por todos, dispensando apenas o celeireiro, no caso de a comunidade ser numerosa, e aqueles que estiverem ocupados em atividades mais essenciais. Ele considera este serviço uma atividade em que se exerce a plenitude da caridade e por este motivo se obtém uma maior recompensa.
Esse serviço amoroso que se presta aos irmãos é um sinal do Cristo servo, que na sua Última Ceia serviu à mesa pascal aos apóstolos e, ainda, lavou-lhes os pés. Por isso, Bento constitui esse trabalho monástico um sacramental, a ponto de ter uma liturgia especial que finaliza o Ofício das Matinas dominicais; ou seja, os irmãos semanários que deixam a atividade prostram-se no oratório e rezam três vezes: “Bendito seja o Senhor Deus que me ajudou e consolou” (RB 35,16b), e recebem a bênção. Aqueles que iniciarão a semana nesse serviço também vão ao centro do oratório e, prostrados, rezam por três vezes: “Deus, vinde em meu auxílio; socorrei-me sem demora” (RB 35,17b). Recebida a bênção, entram no seu ofício.
É importante destacar que Bento é extremamente caridoso, permitindo que os que servem às mesas alimentem-se antes dos demais, para que sirvam seus irmãos sem murmuração e cansaço.
Esse serviço monástico de amor se identifica com a simplicidade, comovendo o coração de Deus, que revela os mistérios do Reino aos simples (cf. Mt 11,25) e nos ajuda a extrair do coração todo sentimento de orgulho, inveja, ciúme, grandeza, superioridade...
O serviço humilde nos aproxima do Senhor
Oremos:
Deus de amor que revelaste os mistérios do teu
Reino aos pequeninos e simples,
escondendo-os aos que se dizem sábios e entendidos;
envia aos nossos corações a
tua graça, a fim de que sejamos sempre humildes e abertos
à tua vontade, como verdadeiros seguidores de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que veio ao mundo para nos servir com
amor. Que nós possamos fazer o mesmo como seguidores dele.
Amém.
Saiba mais sobre a obra:
Rezar com São Bento
Este livro de monstra a atualidade de São Bento, autor da Regra monástica mais importante do Ocidente. Escrita originalmente para os monges, essa Regra pode ajudar os cristãos de hoje a se manterem firmes no seguimento de Jesus Cristo. Para isso, selecionamos temas pertinentes de seu pensamento monástico e distribuídos em 35capítulos orantes, cujos títulos são inspirados nos temas da Regra Beneditina e fundamentados por versículos que são refletidos em diálogo com outros capítulos e a Sagrada Escritura. Cada bloco se conclui com um pedido direcionado a uma das pessoas da Santíssima Trindade. Após uma explicação da Medalha do Exorcismo de São Bento, tão difundida entre o Povo de Deus, a obra apresenta um panorama da Regra, destacando os principais tópicos para a vida espiritual. A conclusão traz dicas para aperfeiçoar o cotidiano.
Sobre o autor:
Bruno Carneiro Lira é sacerdote católico e monge beneditino. Professor universitário, escritor e membro da Academia Olindense de Letras. Nasceu em Sobral. É conhecido pelas suas obras sobre espiritualidade, liturgia, pastoral, educação e linguística. É graduado em Filosofia e Teologia pela Escola Teológica do Mosteiro de São Bento de Olinda; licenciado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe); mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Atua nas áreas de supervisão e direção em Educação, ministra palestras em livrarias, congressos e eventos acadêmicos em todo o Brasil sobre as temáticas dos seus livros e de sua investigação científica. Publica pelas editoras Vozes, Paulinas, Paulus e Liceu.
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