Visão geral sobre a Quaresma
Ter-se-á sempre em vista que a Quaresma constituía preparação para o Tríduo pascal da Paixão-Morte, Sepultura e Ressurreição do Senhor Jesus, celebrado de Quinta-feira à noite até o Domingo da Ressurreição.
A Quarta-feira de Cinzas abre este tempo de conversão e de penitência, fazendo a proposta da observância quaresmal da oração, do jejum e da esmola.
Seguem-se todos os anos os dois domingos com temática fixa, variando apenas conforme os evangelistas do ano.
No 1º Domingo da Quaresma: As tentações de Jesus no deserto ou a experiência do deserto;
2º Domingo: a transfiguração do Senhor ou a experiência da montanha. Jesus é o modelo da vida de penitência dos cristãos. O Jesus que jejua, o Jesus que se dedica à oração, deve ser visto à luz do Cristo transfigurado. Toda a caminhada da conversão dos cristãos só tem sentido à luz da ressurreição pregustada no Tabor.
A partir do 3º Domingo temos uma diversificação, conforme os ciclos do Ano A, B e C.
O Ano A apresenta a temática batismal. O Batismo será revivido no Tríduo pascal e especialmente na Vigília. Se isso é verdade todos os anos, vem tematizado no Ano A. Utilizam-se os Evangelhos de São João.
No 3º Domingo: o poço da samaritana;
no 4º Domingo: o cego de nascença junto à piscina de Siloé.
No 5º Domingo: a ressurreição de Lázaro. As leituras do Antigo Testamento, em harmonia com os evangelhos, apresentam os grandes lances da história da salvação. As leituras do Apóstolo realçam também a temática batismal.
No Ano B, de Marcos, sobressai o mistério da renovação da pessoa humana em Cristo e por Cristo, através da penitência. Seguindo o Cristo no mistério da cruz, o cristão participará de sua ressurreição. Os evangelhos são novamente de João: a restauração do Templo (o corpo de Cristo), Jo 21,13-25; o Cristo exaltado na cruz para a salvação do mundo, Jo 3,14-21; o grão de trigo que precisa morrer para produzir fruto, Jo 12,20-33. As leituras apresentam tópicos da aliança de Deus com seu povo.
O Ano C, de Lucas, é perpassado pelo tema da necessidade da penitência e da misericórdia de Deus para com a humanidade em Cristo Jesus. A necessidade da conversão (Lc 13,1-9) no 3º Domingo; o filho pródigo (Lc 15,1-3.11- 32) no 4º Domingo e a mulher adúltera (Jo 8,1-11) no 5º Domingo. As leituras apresentam experiências pascais do Povo de Deus na história da salvação. Tudo isso pode acontecer cada ano com o Povo de Deus, a Igreja, no Tríduo pascal. As condições são a conversão, a renovação da aliança batismal em Cristo Jesus.
Sobre a obra:
Através do Ano Litúrgico a Igreja vive o mistério pascal de Cristo, celebrando a Páscoa de Cristo e as páscoas dos cristãos recapituladas na Páscoa de Cristo. Esta obra é de grande utilidade para uma caminhada da Igreja no decurso de cada ano, vivendo o mistério pascal com os pregadores da Palavra de Deus, os ministros ordenados, com os dirigentes da Celebração da Palavra de Deus, os catequistas, os seminaristas, os religiosos e as religiosas, os candidatos e candidatas à vida religiosa, as Equipes de Celebração e os fiéis leigos em geral.
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