Agosto no Brasil é o mês vocacional, nele reza-se pelas várias vocações, a saber: pelos ministros ordenados, pelos religiosos consagrados, por aqueles que se unem em matrimônio e por todos os leigos. A vocação é um chamado do Senhor, um convite dirigido aos homens e as mulheres, para que participem do projeto salvífico; manifestando aos seus contemporâneos o amor e a misericórdia de Deus. No entanto, apesar das várias vocações específicas, há uma única vocação, que é dirigida a todos os batizados, isto é, a vocação à santidade.
Assim, a vocação última e perfeita do ser humano é chegar a ser como Jesus Cristo, que é a imagem definitiva do ser humano, que é aquele “que revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime” (GS, nº 22). Nesse sentido, o papa Francisco escreve na exortação Gaudete et Exsultate que “no fundo, a santidade é viver em união com Jesus os mistérios da sua vida; consiste em associar-se de uma maneira única e pessoal à morte e ressurreição do Senhor, em morrer e ressuscitar continuamente com Ele”. A participação na vida de Jesus Cristo, portanto, é o caminho santificante, neste caminho é que os fiéis chegam à plenitude e à maturidade da vida cristã.
Essa participação concebe-se como configuração dos batizados ao Cristo, que é o modelo e a medida da vida. Nesse processo de assimilação, os cristãos tomam parte no mistério da vida de Jesus, abrindo-se à participação na filiação divina. Contudo, como escreve o Cardeal Ladaria: “Nossa relação filial com o Pai, na união com Jesus, só pode ser vivida na fraternidade entre os seres humanos (...) não podemos invocar Deus como Pai se não nos comportamos como irmão com nossos semelhantes”. A vocação do cristão, isto é, o seu processo santificante, deve acontecer, manifestando ao mundo o verdadeiro rosto de Deus, o rosto revelado por Jesus, fazendo tudo o que Cristo fez, dando sentido à vida das pessoas e reconhecendo a dignidade de todos, principalmente dos excluídos e marginalizados.
As Palavras proferidas por Jesus e as ações descritas nos relatos evangélicos configuram-se como a regra de ouro de seus seguidores, daqueles que desejam viver como Ele viveu e que se sentem chamados e impelidos à santidade, como caminho de realização e serviço aos irmãos.
Leonardo Henrique Agostinho, MSC
Religioso da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, formado em Filosofia e estudante de Teologia, na PUC-SP.
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