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  • Redação

Catequese e internet: como aproveitar o melhor do digital na missão, por Moisés Sbardelotto

A missão da catequese pode ser facilitada com o uso proveitoso, e com sabedoria, da internet. Principalmente, em tempos de isolamento social. Para o jornalista Moisés Sbardelotto, autor do livro Comunicar a fé: por quê? Para quê? Com quem?, o mundo digital tem diversos pontos positivos. "Sua conectividade e facilidade em unir pessoas, e toda interatividade que a internet nos permite", aponta.

Em entrevista, o autor levanta pontos importantes, como a dificuldade em manter os encontros presenciais na paróquia e comunidade durante esse período. A boa notícia é que, hoje, a tecnologia auxilia na conectividade, ultrapassando barreiras, ajudando a alcançar pessoas que provavelmente não frequentavam a comunidade.


Levantando a ideia de ubiquidade - aquilo que está presente em todo lugar ao mesmo tempo - que estamos vivendo atualmente, principalmente pela facilitação do acesso ao ambiente virtual, o jornalista aponta que todas as tarefas do cotidiano seguem sendo compridas sem necessariamente estarmos presente em nosso ambiente de trabalho e estudo, fisicamente.


Por isso, Moisés ressalta a necessidade de repensar os métodos que os catequistas usam para que os ensinamentos ultrapassem a sala de aula, revisando as linguagens utilizadas para atingir a nova geração. A criatividade pode ser muito explorada nesse momento de conversão digital. Usando do humor, entretenimento e espaços de livres debates, em que pontos de vistas diferentes possam se encontrar. O digital facilita a comunicação e permite que o catequista seja mais criativo, indo além das conversas, utilizando ferramentas novas de comunicação ao mesmo tempo. As redes sociais são grandes parceiras, quando bem utilizadas. Elas influenciam no modo de falar, agir e postar, principalmente nos jovens.

Na relação com a internet, saber consumir informação também é muito relevante. Todos os dias, o público tem acesso à uma grande avalanche de informações e é mais difícil não só filtrar aquilo que necessitamos, como também permitir que elas cheguem a quem precisa. Filtrar essas informações é imprescindível para que toxicidades de fake news e sensacionalismos não nos poluam e abalem nossas relações pessoais e nos ambientes que frequentamos. Nesse processo, o catequista deve ser o guia do catequizando em meio a tantas informações, ajudando-o a trabalhar as questões que podem abalar a fé.

“Às vezes, são informações sobre a Igreja, o Papa, enfim, questões da vida, da relação em família... É muito importante que o catequista tenha essa consciência, que ele saiba quais são as fontes mais verídicas dos assuntos sobre a religião e consiga trabalhar com seus catequizandos isso, ajudá-los nesse processo de alfabetização mediática, como muitos chamam”, explica Sbardelotto.

A alfabetização midiática pode ser definida como: saber filtrar. O leitor deve ter consciência da informação que consome; e estas devem reproduzir a verdade e bondade. Uma mensagem que produzirá bons frutos, gerando harmonia e comunhão.


Destacando a importância do catequista "ir até o catequizando", o autor sugere que haja um acompanhamento no processo, mantendo sempre um canal de comunicação aberto para a vida em comunidade e contato com aqueles que buscam auxílio na caminhada cristã.


“A catequese não é uma escola no sentido tradicional. É no sentido profundo, porque estamos ali seguindo os passos do Mestre, que é Jesus. Mas, no dia a dia, não pode ser uma mera transmissão de informações, uma passagem de conteúdo, uma avaliação. Quer dizer, esse método escolar, não é um método catequético. O método catequético é: todos nós, como discípulos missionários, tentando conhecer mais a pessoa de Jesus. É importante o catequista colocar-se nessa dinâmica. Favorecer o encontro dos catequizandos com a pessoa de Jesus. O que mais importa na catequese é uma experiência de fé, uma experiência religiosa, muito mais do que saber as doutrinas, saber as respostas do catecismo”, salienta.

O trecho publicado acima faz parte de um bate-papo com o autor Moisés Sbardelotto, sobre Catequese e internet, realizado em agosto de 2020.

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