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  • Redação

Coluna da Débora: Catequista do polegar verde

Olá! Que bom estar com você novamente!

Nessa nossa conversa de hoje eu gostaria de apresentar a vocês a história de Tistu, “o menino do dedo verde”, de Maurice Druon.


Na história que Druon nos apresenta, vemos um menino, Tistu é seu nome. Ele tem dificuldades em acompanhar os estudos na escola normal, não consegue ficar fechado em uma sala, seu pensamento sempre voa para longe dos números e das regras de ortografia. Os pais de Tistu, depois de muito tentarem, resolvem que o melhor é educar o filho em casa, a partir da realidade de cada dia e usando os espaços que tem à disposição.


No primeiro dia, dentro do novo sistema educacional, Tistu conhece o Sr. Bigodes, o jardineiro da família, para sua aula sobre a terra e a arte de cultiva-la. Bigodes é um senhor de certa idade, de pouca conversa, cara fechada e, por vezes, um pouco ranzinza, principalmente quando não respeitam seus canteiros. No entanto o Sr. Bigodes é um jardineiro excelente, conhecia todos os tipos de flores, folhagens, adubo, terra, enfim era uma verdadeira enciclopédia!


A primeira aula trará uma grande revelação ao menino, após realizar um trabalho que o Sr. Bigodes havia ordenado, o jardineiro espantado com as flores que nasceram em vasos sem sementes, pede para examinar o dedo do menino e pondera: “meu filho [...] ocorro com você uma coisa extraordinária, surpreendente! Você tem o polegar verde” (DRUON, 2017, p.41).


Dizer que Tistu tinha o dedo verde, significava que ele podia descobrir as sementes escondidas em todos os lugares, bastava ele tocar uma superfície para que a beleza ali escondida se revelasse. Com isso o garoto ajudou a mudar a cidade, pois por onde ele passava e onde ele tocasse, um jardim nascia e florescia.


Pois bem, você deve estar se perguntado: qual a relação disso com a catequese? Ou melhor, com o perfil do catequista? Vamos lá, vou tentar explicar.


Tistu era um garoto com um dom especial, pois seu polegar descobria as sementes escondidas e permitiam que elas germinassem. Ora, o catequista tem uma missão semelhante, pois por seu intermédio as sementes da Palavra, escondidas no coração dos catequizandos, precisam encontrar espaço para germinar.


Assim como Tistu, cada um de nós é desafiado a descobrir as belezas escondidas em nossos catequizandos e ajudar a transformar o mundo em que vivemos para que os valores do Reino de Deus sejam vividos.


Não podemos duvidar da beleza que existe em cada coração, nem desacreditar na força da semente que levamos conosco. Se catequizar é fazer eco à Palavra, podemos dizer que catequizar é também uma ação de jardinagem, pois ajudamos os catequizandos, bem como suas famílias, a cultivar o encontro com Jesus Cristo para que germine as sementes da fé, da esperança e do amor.


Que possamos ser, na vida de todos os que encontrarmos, catequistas “do polegar verde” capazes de encontrar as belezas escondidas nos corações para que o Reino de Deus se faça presente no mundo.


Até a próxima!

 

Débora Pupo é Coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2, da CNBB e autora da coleção "Crescer em Comunhão" e dos livros: "Catequese... Sobre o que estamos falando mesmo?" e "Celebrações no Itinerário Catequético... Sobre o que estamos falado?", todos publicados pela Editora Vozes. Bacharel em Teologia, pela Faculdade Missioneira do Paraná, a colunista também é mestre na mesma área, formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, tendo como título de sua dissertação: "Iniciação Cristã e Catequese com adultos: um caminho para o discipulado".

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