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  • Redação

Coluna da Débora: Desafios da Catequese

Queridas amigas e queridos amigos, que acompanham essa coluna, hoje quero conversar com vocês sobre alguns desafios da catequese no contexto em que vivemos.


Venham comigo!


Um primeiro desafio que me vem à mente é: educar na fé, por meio de um processo orgânico, que conduza à maturidade e ao real compromisso cristão. Esse desafio nasce da compreensão da catequese como “um processo de educação da fé, com o fim de iniciar as crianças, os jovens e os adultos na plenitude da vida cristã” (CT 18). Por isso é preciso a elaboração de um itinerário catequético que, respeitando as faixas etárias, acompanhe o catequizando em seu processo de crescimento na fé.


Um segundo desafio nos é apresentado pelo Documento de Aparecida que chama atenção para as linguagens utilizadas na ação pastoral de toda a Igreja, pois ainda “persistem linguagens pouco significativas para a cultura atual que, muitas vezes, parecem não levar em consideração a mutação dos códigos existencialmente relevantes” (DAp 100d). Diante desse desafio temos que conhecer melhor as linguagens adotadas na dinâmica social, para entender como melhor se aproximar dos interlocutores.


Há, também, o desafio de não reduzir a catequese a períodos ocasionais, sem ligação com a vida, ou ainda “reduzida a momentos prévios aos sacramentos ou à iniciação cristã”(DAp 298). A catequese é chamada “a acompanhar ativa e metodicamente a pessoa para que ela se torne discípula missionária, cada vez mais consciente, comprometida e consequente” (ALMEIDA, 2010, p. 25). Por isso é urgente reconhecer a necessidade de planejar atividades catequéticas que permitam aos interlocutores sentirem-se corresponsáveis por todo o processo.


O desafio da formação integral destaca-se dentro do contexto de uma catequese que não se limite a uma formação meramente doutrinal, antes, faz-se “necessário cultivar a amizade com Cristo na oração, o apreço pela celebração litúrgica, a experiência comunitária, o compromisso apostólico mediante um permanente serviço aos demais” (DAp 299). Tal desafio exige que pensemos em práticas de experiências que envolvam a meditação, a contemplação e a vida de oração. Pois a vida de fé se concretiza na intimidade com o Senhor que nos conduz na prática do bem.


Diante dos desafios que se impõem à catequese, é possível, como diz Aparecida, assumir a iniciação cristã como tarefa irrenunciável e dinâmica de nova evangelização (DAp 287). Torna-se, então, a iniciação cristã a “maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado” (DAp 288).

 

Débora Pupo é Coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2, da CNBB e autora da coleção "Crescer em Comunhão" e dos livros: "Catequese... Sobre o que estamos falando mesmo?" e "Celebrações no Itinerário Catequético... Sobre o que estamos falado?", todos publicados pela Editora Vozes. Bacharel em Teologia, pela Faculdade Missioneira do Paraná, a colunista também é mestre na mesma área, formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, tendo como título de sua dissertação: "Iniciação Cristã e Catequese com adultos: um caminho para o discipulado".

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