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  • Redação

Coluna da Débora: Eu fico com os Franciscos, com as Dulces, com as Marias, com as Terezas...

Em meu coração ressoam as palavras do Papa Francisco: "A fé é protesto contra uma condição penosa da qual não compreendemos o motivo; a não-fé é limitar-se a padecer uma situação à qual nos adaptamos. A fé é esperança de ser salvo; a não-fé é acostumar-nos com o mal que nos oprime e continuar assim." (06/05/2020).

E eu, hoje e sempre, me revolto contra essa "condição penosa" da qual não compreendo o motivo. Não quero, e não vou, me acostumar ao mal que me oprime, que nos oprime. Minhas escolhas se tornam cada vez mais claras e a certeza de que meu lugar é aqui, de que não errei em optar pela religião cristã e por escolher a comunidade católica como espaço de vivência da fé.


Sim, eu fico com os Franciscos, com as Dulces, com as Marias, com as Terezas, com os Agostinhos, com as Martas, com os Romeros, com os Helderes, com os Pedros, com os Júlios, com os Lucianos. Com os homens e mulheres, de todas as idades, raças, cores, gêneros, que se dispõem a inúmeros sacrifícios para que a Palavra chegue até os que não tem acesso. Eu fico com aqueles irmãos e irmãs que, afastados de tudo, quase sem recursos, vivem sua fé e se alimentam da Palavra e da Comunidade. Fico com aqueles homens e mulheres que, embora com recursos e boa posição econômica, se colocam à serviço pelo simples desejo de transmitir a fé.


Eu, hoje e sempre, renovo a certeza que me vem do Documento de Aparecida, n.29: "Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria".


E eu quero essa alegria: fazer Jesus Cristo conhecido, ajudar outros tantos a se apaixonar por Ele, a encantar-se, a reencantar-se, a encontrar seu espaço no coração amoroso e misericordioso. Estar com Jesus me inquieta, me acalenta, mas me inquieta. A fé me move, sim a fé me move! Não deixarei a decepção roubar a certeza de que ter encontrado Jesus, foi o que de melhor aconteceu em minha vida e minha alegria está em fazê-lo conhecido.


Podemos rezar com o Salmo 29, 6: "ao anoitecer pode vir o choro, mas o júbilo vem pela manhã". O júbilo é saber que Jesus me escolheu, me ama e me envia. É Ele e só Ele! Assim como Ele usa a mim, vaso de barro frágil e quebrável, usa tantos outros tão frágeis quanto. Não posso esquecer nunca as palavras Dele: "a quem muito se deu, dele muito se exigirá; e a quem muito se entregou, muito mais se pedirá"(Lc 12, 48).


Deixarei a Ele o julgamento, a cobrança, eu farei a minha parte: torna-lo conhecido! Deixarei a Ele a separação do joio e do trigo, a seleção dos bons e maus peixes. Sim, isso pertence a Ele. Eu sigo, sou frágil, sei que o mensageiro também é a mensagem, se alguns me deixam, na boca, o gosto amargo da tristeza, buscarei aqueles que me estendem a mão, olham nos meus olhos e afirmam: levante-se, irmã! Somos mais fortes e não calarão nossa voz! Levante-se, irmã. Vamos anunciar, vamos tornar conhecido o nosso Amado, pois só Ele importa!


Então, meu irmão e minha irmã, levante-se! Se você está disposto a sair erguendo do chão quem lá foi jogado por não se "encaixar" ou por já "estar condenado" vem comigo! Vamos mostrar que a fé se torna amor, paciência, cuidado. Que não perdemos por nos inclinar, que não diminuímos por nos fazermos pequenos! Lembre-se: "Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria" (DAp, 29).


Concluo com minha oração constante: "Senhor, dai-me um coração inclusivo e colorido!"


Fiquemos em paz e na paz que nos vem do Mestre de Nazaré!

 

Débora Pupo é Coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2, da CNBB e autora da coleção "Crescer em Comunhão" e dos livros: "Catequese... Sobre o que estamos falando mesmo?" e "Celebrações no Itinerário Catequético... Sobre o que estamos falado?", todos publicados pela Editora Vozes. Bacharel em Teologia, pela Faculdade Missioneira do Paraná, a colunista também é mestre na mesma área, formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba, tendo como título de sua dissertação: "Iniciação Cristã e Catequese com adultos: um caminho para o discipulado".

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