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  • Redação

Jesus, o Amigo de Deus

Jesus, com sua palavra, queria levar o povo escolhido e chamado para mais perto de Deus, assim como Moisés, lembrado por Davi, quando disse: “Feliz quem escolhes e chamas para perto, para morar nos teus átrios” (Sl 65,4) e trazer Deus para a sua gente a fim de que se cumprisse o que diz nas Escrituras: “minha felicidade é estar perto de Deus” (Cf. Sl 73,28). Com seu método e recursos, sinais e milagres, sua palavra tinha ação. Era um profeta caminhante que fazia a palavra percorrer o caminho. Ele era a Palavra que caminhava.

Com Jesus, seus discípulos buscavam a Deus e, para isso, foram acolhidos e tratados como amigos (Cf. Jo 15,15) e puderam partilhar da própria experiência de fé vivida e proclamada pelo Mestre que ajudava-os a caminhar e estabelecer uma relação pessoal com o Pai e com os irmãos na comunidade. Jesus, o amigo de Deus, era o introdutor de sua comunidade na experiência de Deus, inclusive dos que eram mais esquecidos e desprezados: os endemoninhados, os samaritanos, as prostitutas, os cobradores de impostos, os leprosos, doentes e aflitos. A todos revela a bondade de Deus Pai.


Filho fiel e bom, Jesus, se entrega com confiança, se abandona nas mãos de Deus. Homem piedoso e feliz por ser filho de Deus, Jesus introduz seus discípulos na experiência de uma fé absoluta no amor incondicional do Pai. Fé que, até os dias de hoje, cresce na experiência de um amor recebido e comunicado “como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua palavra a fim de se tornarem seus discípulos” (PF 7).


No entanto, Jesus insistia, na certeza de que “só acreditando é que a fé cresce e se revigora” (PF 7). Como amigo de Deus e introdutor da fé, indicava o caminho para a maturidade da fé convidando seus discípulos para o abandono progressivo “nas mãos de um amor que se experimenta Cada vez maior porque tem a sua origem em Deus” (PF 7). Quanto mais caminhamos para perto de Deus, mais nos deixamos envolver por Ele; caminhamos para perto de seu amor e nos fartamos de sua generosidade.


No evangelho de João podemos conhecer a obra de Jesus como fruto de seu amor e de sua fé. Cada verdade revelada nos leva a crer em Jesus Cristo como quem revela o Pai e nos mostra o caminho definitivo para a salvação:


Jesus quer fazer brilhar sua luz aos que estão mergulhados na escuridão para que iluminados por sua luz se tornem portadores dela ao mundo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).


Sua voz, firme e terna, conduz o rebanho ao conhecimento de Deus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas... Conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas” (Jo 10,14-15).


Jesus é o portador da vida por excelência. Nele viveremos, aqui e agora e, permanecendo firmes na fé seremos salvos: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês nisto?” (Jo 11,25).


Ele nos aponta o caminho que nos leva ao Pai e por desígnio divino se torna o caminho para que caminhemos confiantes seguindo seus passos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim... Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14, 6-11).


Jesus nos convida a unidade. A fé exige perseverança! Para que nos tornemos seus discípulos é necessário permanecer unido a Cristo, autor da nossa fé, a fim de que os nossos frutos permaneçam: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor... Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós... Eu sou a videira e vós, os ramos” (Jo 15, 1.4-5).


Jesus ensinou tudo isso para defender a vida de seu povo, gerar vida nova na comunidade, semear o bem como obra que fortalece a unidade dos que são atraídos para o seu projeto e dar sentido à vida dos que se tornam seus seguidores. Trata-se de um compromisso que exige fé e fidelidade naquele que nos chamou: “Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará” (Jo 12,26).


Como amigo de Deus, Ele ajudou seu povo na busca de uma vida plena. Não só acolheu pessoas para fazer crescer sua comunidade, mas se tornou amigo de todos e revelou sua fé no amor que brota do coração misericordioso de Deus, Pai de infinita bondade.

 

Trecho do livro "Catequese e Fé"

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