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Redação

Mês das vocações: três perguntas sobre a missão sacerdotal

No último domingo (04), celebramos o Dia do Padre. A data é a mesma da festa de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes. A vocação sacerdotal é um presente de Deus, pois não foram os vocacionados que escolheram a Cristo, mas foram escolhidos.

Para comemorar o mês das vocações (agosto), o Blog da Catequese preparou uma série de entrevistas, uma sobre cada data. Começando esse conteúdo especial, conversamos com o Padre Paulo Sérgio Carrara, que conta:


"Descobri a vocação aos 16 anos, num contexto de envolvimento na Igreja nos grupos de jovens da época. E me tornei padre, na Congregação Redentorista, há 22 anos"


Pe. Paulo Sérgio é doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, onde atua como professor. Ele também leciona no Instituto São Tomás de Aquino (Ista) e é formador de estudantes redentoristas de teologia, em Belo Horizonte. No mês de julho, Pe. Paulo lançou o livro Presbítero - Discípulo do Senhor e Pastor do Rebanho, pela Editora Vozes.


Confira a entrevista completa:


Blog da Catequese: Quem é o presbítero? Qual o mistério dessa vocação?


Paulo Sérgio Carrara: Como afirma o lema do encontro, o presbítero é "o guardião da comunidade", um ministério suscitado pelo Espírito Santo, é um carisma. Sua função é presidir a comunidade que o bispo que lhe confia, a serviço da Palavra de Deus, da Eucaristia e do Espírito Santo. Associado a Cristo chefe-pastor da Igreja, ele preside a vida cristã numa pequena comunidade eucarística que chamamos Paróquia. Assim, ele co-preside com o bispo a vida na porção do povo de Deus que chamamos diocese, em comunhão com os outros presbíteros, que formam o presbitério. Ele é um batizado, tem o sacerdócio comum dos fiéis, está na comunidade, como um irmão entre os irmãos, por outro lado, enquanto a preside na unidade e na caridade, age in persona Christi (representando sacramentalmente Cristo, que preside a Igreja toda e cada comunidade cristã). É uma bela vocação a ser vivida no serviço aos irmãos, sobretudo aos mais abandonados. Dizia-nos um antigo professor de teologia: "ser padre não é ser mais, ser padre é ser menos", o que quer dizer que é um serviço. Quando se faz servir buscando vantagens pessoais, cai no clericalismo que, segundo o Papa Francisco, é uma "caricatura do ministério presbiteral".


É uma bela vocação a ser vivida no serviço aos irmãos, sobretudo aos mais abandonados.

BC: Para os jovens em discernimento, quais as indicações? Participar de retiros vocacionais, orações, o que mais?


PSC: Sim, tudo isso é importante. A oração ajuda a descobrir a vocação pessoal e a se apropriar dela. Os encontros permitem dialogar com outros vocacionados e os responsáveis pela formação. Além disso, o engajamento na paróquia, em pastorais e movimentos. É sempre no contexto da participação ativa na vida da Igreja que o jovem descobre sua vocação.


BC: A missão de pastor do rebanho é de suma importância e relevância. Como o sacerdote deve se preparar para esta missão?


PSC: O sacerdote se prepara para essa função através de longos anos de estudo, discernimento e oração. São dois cursos superiores (Filosofia e Teologia). Além disso, há a formação humana, afetiva, espiritual, pastoral. Não se improvisa um sacerdote, a Igreja cuida muito de sua formação para servir bem ao povo de Deus. A longa formação permite o amadurecimento necessário para o exercício dessa missão. O mais importante é amizade com Cristo e o desejo de servir à Igreja. Sem essa disposição, essa escolha pode se tornar caminho de frustração. Mas se for autêntica, a vocação presbiteral traz muita alegria, porque o próprio Cristo acompanha aqueles que o servem e os confirma no caminho. O serviço aos irmãos na comunhão com Cristo permite realizar a vocação cristã num nível profundo, o que também faz realizar o sentido da vida, na perspectiva cristã.


Para ler:




Muito se fala e se escreve hoje sobre a crise do ministério presbiteral. De fato, mudanças sociais e culturais tornaram a sociedade mais secularizada e mesmo pós-cristã, uma vez que o substrato da vida cultural e social não emana mais da presença da Igreja. Este livro aborda, de modo sintético, alguns elementos da teologia, espiritualidade e missão do presbítero. Foi o texto-base do 17º Encontro Nacional dos Presbíteros. A boa aceitação do texto fez brotar a ideia de publicá-lo em forma de livro.








Este livro aborda o ministério sacerdotal do ponto de vista da missão e da espiritualidade do presbítero, que, apesar de ovelha e discípulo, também é chamado a ser pastor. É, ao mesmo tempo, uma análise da realidade da Igreja e do contexto sociocultural da atualidade em que o presbítero é chamado a viver e realizar sua missão.












A orientação espiritual dos Padres do deserto traz instruções sobre o tema do acompanhamento espiritual colhidas nas intuições do monacato primitivo, em especial, em Poimen e Evágrio Pôntico, dentre dezenas de autores. Neste pequeno escrito, vamos conhecer os Padres do Deserto para saber como eles compreenderam e praticaram sua tarefa de orientação espiritual.

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