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Redação

O brilho das coisas: um novo olhar para o habitual

Usamos relógios, anéis, pingentes. Mobiliamos nossa casa com armários, mesas e cadeiras. Esses objetos podem ser meros artigos de consumo. No entanto, podem se converter em símbolo de algo maior. Podem se tornar portadores de nosso anseio por algo mais: por proteção, por um lar, por uma vida plena, por felicidade. Assim, tudo o que encontramos no cotidiano pode se tornar imagem do mistério de nossa existência humana e do mistério de nossa vida.


Deus fala não só através da palavra da Bíblia nem só através do ser humano. Ele nos fala também através das coisas. As coisas do cotidiano podem se tornar transparentes para a nossa relação com Deus. Em muitas coisas, podemos reconhecer o anseio pela transformação, pelo encantamento de nossa vida. Nos sinos, ouvimos não só a indicação da hora do dia ou o convite para uma celebração festiva, mas em seu som ressoa nosso anseio pela paz celestial. No anel, imaginamos que Deus quer “arredondar” tudo em nós e unir tudo que está fragmentado. A mesa, a cadeira, o sofá, em todas essas coisas se encontra o anseio por algo mais, pela vida verdadeira, por proteção, pela harmonia consigo mesmo. É preciso apenas atenção, olhos atentos ou ouvidos abertos para identificar em todas as coisas o anseio por algo mais.


O poeta romântico Joseph von Eichendorff se refere a uma canção que dorme em todas as coisas:


Dorme uma canção em todas as coisas,

Que aí sonham continuamente,

E o mundo levanta-se para cantar,

Se tu apenas a palavra de encanto encontrares.


Em todas as coisas dorme uma canção que nos leva para fora deste mundo. No entanto, é preciso uma palavra de encanto para que essa canção ressoe em todas as coisas. Precisamos de atenção e as palavras certas para despertar o que, em termos de anseio, dormita em cada objeto de nossa vida e para trazê-lo à nossa consciência.

 

Sobre a obra:




O meu objetivo com este livro é indicar como a arte de viver espiritualmente abre as atividades e coisas do cotidiano e as experiências de nossa vida para o maravilhoso, para Deus, o fundamento de todo o ser, e para o seu amor, que vem ao nosso encontro em tudo. Tempo livre, atenção e silêncio são características dessa arte de viver. A arte de viver espiritualmente é, em última instância, a maneira de possibilitar que tudo que vem ao nosso encontro na vida se torne transparente em vista desse fundamento mais profundo. Tudo o que faço se torna, então, uma atividade a partir da atitude atenta da abertura para o maravilhoso.

- Autor

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