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Redação

Reflexão do Evangelho: 15º Domingo do | TC Mc 6,7-13

Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa

Ser desapegado para anunciar o Evangelho!


O trecho do Evangelho desde domingo, décimo quinto do tempo comum, narra o convite que Jesus faz aos seus discípulos para anunciar a Boa Nova do Reino. O texto é dividido em três partes. Na primeira narra o chamado que Jesus faz a todos, sem distinção. A segunda parte Jesus passa as instruções de como devem desenvolver a missão e a terceira parte fala da acolhida ou não que os missionários receberão na casa das pessoas.


Jesus não trabalha sozinho. Ele convida outras pessoas para ajudá-lo na missão de proclamar o Reino de Deus a todas as pessoas. Diz-nos o Evangelho que todos os apóstolos foram enviados, sem deixar ninguém para traz. Isso para nos ensinar que a missão de pregar não pode ser iniciativa de uma pessoa. Deve ser iniciativa da comunidade de fé. Ir dois a dois é viver o testemunho comunitário da vocação. Por isso que todos os membros da comunidade devem estar sintonizados e, juntos, devem propagar a Boa Notícia, com alegria e entusiasmo.


Para assumir a missão de forma autêntica os enviados devem estar dispostos a viver o despojamento total. Não fazer das ferramentas de trabalho o fim, mas o meio para proclamar o Evangelho. O fim deve ser sempre as pessoas. Não que as ferramentas sejam desnecessárias, pelo contrário, elas fazem parte da missão. O que não pode é se apegar a elas como se fossem a finalidade para qual foram enviados. Daí que os discípulos devem levar apenas um par de sandálias, uma túnica, um cajado e nada mais. São instrumentos suficientes para desenvolverem a tarefa missionária.


A terceira parte do Evangelho Jesus fala da acolhida ou não que os enviados terão e, também do resultado da missão. Diz Jesus que alguns receberão com alegria, outros os rejeitarão e tratarão com desprezo. Diante da rejeição não devem desanimar. Devem permanecer firmes, pois em todo lugar há sempre uma pessoa piedosa. Em alguma casa encontrarão acolhida e pouso.


Animados por Jesus os doze partiram para pregar o Evangelho, buscando a conversão de todos. Tiveram um resultado extraordinário. Conseguiram expulsar os espíritos malignos, ungiram e curaram numerosos doentes.


A partir da mensagem do Evangelho deste domingo, somos chamados a tomar consciência de que a missão é um dever de todos nós batizados. Devemos ter a consciência de que o Evangelho deve ser anunciado como Jesus ensinou e não segundo os nossos desejos e as nossas vontades. Por isso que, viver a dimensão comunitária da vocação missionária, faz toda a diferença. O Reino produz seus efeitos necessários quando sabemos que nossos dons devem ser partilhados, vividos e trabalhados com os outros.


Somos chamados, também, a viver o desapego. A missão produzirá frutos autênticos e verdadeiros quando soubermos ter como fim do trabalho missionário as pessoas e não os meios para desenvolver o trabalho. Por isso, peçamos a Jesus a graça de sermos testemunho de desapego, amor e cuidado no trabalho que desenvolvemos na comunidade de fé, para sermos incentivo para outras pessoas aderirem ao Reino de Deus, através do trabalho evangelizador.

 

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.

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