Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
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Ser desapegado para anunciar o Evangelho!
O trecho do Evangelho desde domingo, décimo quinto do tempo comum, narra o convite que Jesus faz aos seus discípulos para anunciar a Boa Nova do Reino. O texto é dividido em três partes. Na primeira narra o chamado que Jesus faz a todos, sem distinção. A segunda parte Jesus passa as instruções de como devem desenvolver a missão e a terceira parte fala da acolhida ou não que os missionários receberão na casa das pessoas.
Jesus não trabalha sozinho. Ele convida outras pessoas para ajudá-lo na missão de proclamar o Reino de Deus a todas as pessoas. Diz-nos o Evangelho que todos os apóstolos foram enviados, sem deixar ninguém para traz. Isso para nos ensinar que a missão de pregar não pode ser iniciativa de uma pessoa. Deve ser iniciativa da comunidade de fé. Ir dois a dois é viver o testemunho comunitário da vocação. Por isso que todos os membros da comunidade devem estar sintonizados e, juntos, devem propagar a Boa Notícia, com alegria e entusiasmo.
Para assumir a missão de forma autêntica os enviados devem estar dispostos a viver o despojamento total. Não fazer das ferramentas de trabalho o fim, mas o meio para proclamar o Evangelho. O fim deve ser sempre as pessoas. Não que as ferramentas sejam desnecessárias, pelo contrário, elas fazem parte da missão. O que não pode é se apegar a elas como se fossem a finalidade para qual foram enviados. Daí que os discípulos devem levar apenas um par de sandálias, uma túnica, um cajado e nada mais. São instrumentos suficientes para desenvolverem a tarefa missionária.
A terceira parte do Evangelho Jesus fala da acolhida ou não que os enviados terão e, também do resultado da missão. Diz Jesus que alguns receberão com alegria, outros os rejeitarão e tratarão com desprezo. Diante da rejeição não devem desanimar. Devem permanecer firmes, pois em todo lugar há sempre uma pessoa piedosa. Em alguma casa encontrarão acolhida e pouso.
Animados por Jesus os doze partiram para pregar o Evangelho, buscando a conversão de todos. Tiveram um resultado extraordinário. Conseguiram expulsar os espíritos malignos, ungiram e curaram numerosos doentes.
A partir da mensagem do Evangelho deste domingo, somos chamados a tomar consciência de que a missão é um dever de todos nós batizados. Devemos ter a consciência de que o Evangelho deve ser anunciado como Jesus ensinou e não segundo os nossos desejos e as nossas vontades. Por isso que, viver a dimensão comunitária da vocação missionária, faz toda a diferença. O Reino produz seus efeitos necessários quando sabemos que nossos dons devem ser partilhados, vividos e trabalhados com os outros.
Somos chamados, também, a viver o desapego. A missão produzirá frutos autênticos e verdadeiros quando soubermos ter como fim do trabalho missionário as pessoas e não os meios para desenvolver o trabalho. Por isso, peçamos a Jesus a graça de sermos testemunho de desapego, amor e cuidado no trabalho que desenvolvemos na comunidade de fé, para sermos incentivo para outras pessoas aderirem ao Reino de Deus, através do trabalho evangelizador.
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Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.