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Reflexão do Evangelho: Jesus deixa-se ferir pelo sofrimento humano! | Mc 1,40-45

Redação

Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa

O Evangelho desse sexto domingo do tempo comum narra o encontro de Jesus com um leproso. É Jesus que se deixa ferir pelo sofrimento daquele homem e, cheio de compaixão, se contamina e contraria a impureza ritual existente.


Nos tempos de Jesus a lepra era considerada uma doença contagiosa e comparada à morte. Curar um leproso era tão difícil como ressuscitar um morto. Era, portanto, obra exclusiva para Deus.


A lei mosaica dizia que a pessoa leprosa era considerada impura. Devia ficar isolada das demais pessoas. Jesus, com seu jeito de ser e suas atitudes, faz o contrário, se aproximava e tocava nelas. Foi o que fez com o leproso do evangelho desse domingo. Ele se sente acolhido e, portanto, fica curado.


Jesus, com sua atitude, traz um ensinamento novo. A lei dizia que os impuros deviam ser afastados da comunidade, porque a impureza deles contaminavam as pessoas puras. Jesus diz que os puros devem ir ao encontro dos impuros, devem tocá-los e conviver com eles, pois na convivência eles purificam os impuros. Portanto, não há motivos para descriminalização, nem exclusão. Todos devem se sentir amados e incluídos.


Foi pensando assim que Jesus passou a conviver com os doentes, para que eles pudessem ficar livres e purificados. Essa atitude de Jesus acabou causando muito impacto na vida do povo, aumentando a fé e a crença N’ele.


O texto do evangelho desse domingo nos faz refletir sobre as muitas lepras que existem nas pessoas nos dias atuais. Muitos são os que se sentem “leprosos”. Ainda hoje isolamos tantos e tantos irmãos, seja pelo seu temperamento, ou porque têm ideias diferentes das nossas. Certamente há muitas pessoas que queremos excluir da nossa vida ou isolar do nosso caminho.


Diante da mensagem do Evangelho sejamos sinceros e reflitamos sobre como agirmos diante dessa realidade. Quais são as pessoas que isolamos e excluímos? O que precisamos fazer para curar suas “lepras”? Com nosso modo de ser e de agir, mais nos aproximamos das pessoas ou mais nos afastamos delas?


Que as palavras o Evangelho desse sexto domingo do tempo comum nos auxiliem, para que sejamos tocados e purificados dos nossos males, pois muitas vezes nos sentimos puros e santos e nos afastamos do outro. Na verdade, nós é que precisamos ser purificados, através do toque suave e consolador de Jesus.


Peçamos a Jesus a graça de vir ao nosso encontro, se deixando ferir pelas nossas impurezas, para sermos purificados e contagiados por seu modo de ser e de agir. Encontrados por Ele, em nossa miséria humana, possamos nos encontrar conosco, para termos condições de irmos ao encontro dos nossos irmãos, de modo especial dos que mais precisam de nossa ajuda e presença.

 

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.

 
 
 

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