Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
29º Domingo do Tempo Comum | Lc18,1-8
Jesus, no Evangelho de hoje, mais uma vez, usa do seu jeito peculiar, para nos mostrar a necessidade de rezar sempre e nunca desistir. Através da parábola da viúva, que importunava o juiz, o Senhor nos mostra que, a insistência na oração tocará o coração de Deus, como aquela viúva tocou o coração do juiz.
Com a história Jesus quer nos ensinar que aquele que persevera na oração, com fé, nunca deixará de ser atendido em seus pedidos. A perseverança da nossa oração tocará o coração de Deus, como aquela viúva tocou o coração do juiz, mesmo ele não acreditando em Deus. Jesus nos ensina, também, que a nossa humildade, diante de Deus, é que faz com que sejamos fiéis ao que nos propomos.
Santo Agostinho, ao comentar sobre este Evangelho, ressalta a relação que existe entre a fé e a oração confiante: “Se a fé fraqueja, a oração perece; pois a fé é a fonte da oração e o rio não pode fluir se o manancial fica seco”. A nossa oração tem de ser contínua e sem desanimar. Ela deve ser feita, tendo a oração de Jesus como modelo.
Em São João ele diz: “Pai, eu sei que sempre me ouves” (Jo 11, 42). Jesus confia no Pai, porque sabe que sempre escutará seu pedido. É assim conosco. Deus nos escuta sempre. Por isso não devemos cansar de rezar e confiar que Ele nos atenderá. O nosso desafio e rezar e confiar, esperando o tempo de Deus para nós. Às vezes queremos controlar Deus. Queremos que Ele faça a nossa vontade e que nos ajude ao nosso tempo e não dentro do plano que tem para cada um de seus filhos.
Vamos examinar nossa consciência, ao meditarmos o Evangelho de hoje e nos perguntar: a nossa oração é perseverante, confiante e insistente? Desanimamos nos primeiros obstáculos que encontramos ao rezarmos?
Na parábola a viúva indefesa insiste ao juiz para que lhe conceda a justiça. Ele atende-a depois de reiteradas negativas. No final acaba cedendo e concede aquilo que a viúva mais desejava. O que mudou a ideia do juiz não foi seu senso de justiça, mas a insistência daquela mulher. Assim acontece com Deus. Se rezarmos confiando, insistindo e esperando, Ele nos atenderá, porque é cheio de misericórdia, bondoso e paciente. Não deixa nenhum de seus filhos desamparados.
Sabendo disso, não vamos rezar como quem não acredita. Rezemos confiando no Senhor. Rezemos acreditando e esperando nele. Se rezarmos e não formos atendidos, continuemos rezando. Nossa insistência chegará ao coração do Pai e ele nos atenderá. Não deixemos que Jesus tenha dúvidas sobre nossa fé. Que não duvide que, ao voltar, encontrará fé sobre a terra.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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