2º Domingo de Páscoa
Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
Vivemos o segundo domingo da Páscoa. Este é o domingo da misericórdia, que foi instituído pelo Santo Padre, o Papa João Paulo II. Do peito aberto de Jesus na cruz, jorra o infinito amor de Deus, para todos nós. Jorra todas as bênçãos e graças que precisamos.
Depois da morte de Jesus os discípulos continuaram se reunindo, mas com medo da perseguição dos judeus. Estavam com as portas fechadas, nos diz o Evangelho. Jesus ressuscitado chega e se põe no meio deles, oferecendo-lhes o primeiro de seus dons, a PAZ. Ele é a própria paz que os discípulos precisam, para sair do medo e da insegurança e continuar, com coragem e firmeza, a missão de ir pelo mundo todo e anunciar o Evangelho a todos os povos.
Para serem portadores da paz e deixarem de ser medrosos, os discípulos precisam estar cheios do Espírito do ressuscitado. Por isso, após oferecer-lhes o dom da paz, Jesus infunde em seus corações seu Espírito, dizendo: “recebei o Espirito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Os discípulos recebem o Espirito Santo, para serem fortalecidos e para que tenham condições de desenvolver a missão que o Senhor lhes confiou, para serem portadores da presença e da misericórdia de Deus.
Quando Jesus apareceu pela primeira vez, faltava um dos discípulos. Tomé não estava presente. Ao encontrar com os outros, que estavam radiantes, por terem visto o Senhor, foram contar o que havia acontecido. Tomé não acreditou! Precisava ver e tocar nas chagas de Jesus. Ainda estava preso ao Jesus da cruz e não ao Senhor da ressurreição.
Oito dias depois Jesus aparece novamente. Agora Tomé estava presente. Mais uma vez, Jesus oferece o dom da paz. Depois volta-se para ele e, como que ensinando a acreditar na vida nova, convida-o a colocar o dedo e olhar suas chagas, advertindo-o: “não sejas incrédulo, mas fiel”. É neste momento que Tomé faz a sua profunda profissão de fé: “meu Senhor e meu Deus”. Jesus continua advertindo-o. “Bem aventurados os que crerem sem terem visto”.
Quem de nós não somos como Tomé? Quem de nós não precisamos de ver para acreditar? Ainda preferimos o Jesus crucificado, ao que o Jesus glorioso. Basta ver a multidão que vai ao encontro do Senhor morto, na sexta-feira santa, e não volta para contemplar a luz do ressuscitado, na vigília pascal.
Nunca é demais pedir a Jesus, com fé, “Senhor, eu creio, mas aumente minha fé”. É pela fé madura e convicta que iremos contemplar o ressuscitado, que vem ao nosso encontro, oferecendo-nos o dom da sua paz e a força do seu Espirito.
Que neste período pascal, possamos fazer a experiência da misericórdia de Deus em nossa vida, deixando seu amor nos encharcar, para professarmos nossa fé no ressuscitado, com a boca, a mente e o coração dizendo: “meu Senhor e meu Deus”. Assim teremos condições, como Tomé, acreditar, que Jesus é o Senhor da nossa vida. É Ele que nos conduz e dar sentido ao nosso existir.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
Senhor eu creio em ti mas aumente a minha fé.