6º Domingo da Páscoa
Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
Neste domingo, 6º do tempo da páscoa, Jesus diz aos seus discípulos que, quando tiver terminada sua missão na terra, irá para o Pai, mas voltará, na força do Espirito Santo, para continuar acompanhando e ensinando seus seguidores.
Ao lermos o Evangelho de hoje, de forma mais apressada, poderíamos entender que estamos lendo frases soltas e sem conexão entre si. Na verdade, é um texto profundo e cheios de afirmações significativas, que Jesus deixou para seus discípulos.
A primeira afirmação de Jesus é que, se alguém ama a ele, guardará sua Palavra e o Pai o amará e os dois farão morada na vida desta pessoa. Quando escutamos a Palavra de Jesus, recebemos a vida de Deus e nos tornamos capazes de realizar as mesmas obras de Jesus e do Pai. Assim, Jesus nos ensina que, para amá-lo é preciso guardar a sua Palavra. Guardar a Palavra é ouvir e colocar em prática o que ele ensinou. Fazendo assim nós nos tornaremos morada de Deus. Ele habita em nós.
Prosseguindo o texto do Evangelho, Jesus promete o Espirito Santo, o Consolador, que nos ensinará e recordará tudo o que Jesus disse. Ele garante aos seus discípulos que eles sempre encontrarão respostas para suas indagações, pela força do Espírito Santo.
Além de ensinar coisas que Jesus nos ensinou, mas que não conseguimos absorver tudo, o Espírito Santo tem a função de recordar. Nossa capacidade humana não consegue abarcar todo o ensinamento deixado por Jesus. Por isso, o Espirito Santo, tem a função de nos recordar tudo aquilo que Jesus deixou como ensinamento para nós.
Por fim, encontramos no Evangelho a promessa de paz que Jesus faz. “Deixo-vos a paz, a minha paz vou dou”. É a paz que o Senhor traz, que faz com que os homens vivem relações novas. Ao invés de viver seduzidos pelo desejo de ser o primeiro, quem vive a paz de Cristo cede espaço para o serviço e o amor pelas pessoas, de modo especial, por aquelas que vivem à margem do caminho.
O que o Evangelho quer nos conscientizar é de que o amor é a base da vivência cristã, conforme ouvimos no domingo passado. Este amor não é teórico. Ele deve ser vivido no dia a dia da vida do seguidor de Jesus Cristo, na vivência de sua Palavra. É a escuta da Palavra que o discípulo viverá os ensinamentos do Senhor.
Portanto, não precisamos de muitas provas para descobrir se amamos ou não a Jesus. Basta nos questionarmos se estamos guardando a sua Palavra. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. Essa é a proposta de Jesus para nós, ou seja, guardar sua Palavra, vivendo-a no cotidiano de nossa vida.
Quando vivemos, na prática de nossa vida, a Palavra de Jesus, temos a certeza de que o amamos e a garantia de que O Pai e o Filho moram em nós com a força e o poder do Espírito Santo. Que então, o Senhor nos ajude a entender seus ensinamentos e a colocá-los em prática, através de nossa vida.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.
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