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  • Redação

Senhor, ensina-nos a rezar! | Lc 11,1-13

Por Pe. Almerindo da Silveira Barbosa


17º Domingo do Tempo Comum | Lc 11,1-13


A oração é uma forma de comunicação com Deus. Quando a gente tem um amigo, gostamos de conversar com ele, pedir conselhos. Assim deve ser com Deus. Ele é nosso maior amigo, por isso precisamos conversar sempre com Ele. Essa conversa se chama oração.


Jesus, sempre que tinha que fazer alguma coisa importante ou enfrentar algum momento difícil, pedia forças ao Pai. Esse jeito de ser de Jesus e se relacionar com o Pai chamou a atenção dos apóstolos, que um dia pediram: "Senhor, ensina-nos a rezar".


Em resposta ao pedido, Jesus ensina o PAI NOSSO. A mais bela de todas as orações da vida cristã. É a oração que é o resumo de todo o evangelho. É a oração mais perfeita. O Pai nosso foi utilizada, desde os primeiros séculos da Igreja, na liturgia e na catequese e aparece no centro do Sermão da Montanha (Mateus 5); constituindo, assim, o coração e a síntese do discurso de Jesus.


A oração do Pai nosso tem sete pedidos. Os três primeiros referem-se a Deus e os quatro outros pedidos apresentam os nossos desejos a Deus. Portanto, estão vinculados ao homem.


A oração inicia com uma introdução“Pai nosso que estais nos céus”. Assim, ao iniciarmos a oração, já sabemos que estamos nos dirigindo a Deus. Ele é o Pai, que sempre está atento aos nossos pedidos e às nossas necessidades de filhos. Ele acompanha nossos passos dia a dia. Por isso podemos invocá-Lo.


O primeiro pedido – “santificado seja o vosso nome” – pedimos que, santificados pelo batismo, possamos perseverar naquilo que começamos a ser pela graça batismal, que é o caminho da santidade. Já o segundo pedido“venha a nós vosso reino” – é ter a consciência de que o Reino não é algo que se vive somente depois de nossa morte. Ele foi instaurado por Jesus. Nós somos chamados a vivê-lo, todos os dias de nossa vida, com as boas ações, bons pensamentos e boas palavras.


O terceiro Pedido“seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu” – é a certeza de que Jesus nos ensina a ser humildes. Pedimos a Deus que se cumpra, não a nossa vontade, mas a sua vontade em todas as pessoas. Por isso não diz “Seja feita a vossa vontade” em mim ou em nós, mas “em toda a terra”, a fim de que dela seja banido o erro, a mentira, o egoísmo, a vaidade. Que nela reine a verdade, que o vício seja destruído, a virtude floresça e que a terra não seja diferente do céu.


No quarto Pedido“o pão nosso de cada dia, nos daí hoje” – é a confiança de filhos que devemos ter em Deus e tudo esperamos nele. Ele faz cair a chuva sobre os bons e sobre os maus. Pertencemos a ele e ele pertence. É preciso confiar nele. Ele age em nosso favor. O Pai, que nos dá a vida, não pode deixar de nos dar o alimento necessário à vida, todos os bens materiais e espirituais. Por isso ao rezarmos esta oração precisamos ter a responsabilidade de rezar, lembrando de nossos irmãos que passam de fome.


Já no quinto Pedido“perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido” – é o reconhecimento de que somos pecadores e, como tais, pedimos a Deus que nos perdoe. Mas, nosso pedido não será atendido a não ser que tenhamos antes perdoado a quem nos ofendeu, quem nos magoou. De nada adianta pedir perdão a Deus, se não temos condições de pedir e perdoar nossos irmãos das nossas e de suas faltas.


Quando não conseguimos perdoar, nosso coração se fecha. Quando não perdoamos, vai sendo gerado, em nós, a raiva, o ódio e o rancor e esses sentimentos vão nos distanciando, cada vez mais, do amor de Deus. Por isso perdão é o ponto alto da oração cristã. O perdão dá testemunho de que, em nosso mundo, o amor é mais forte que o pecado. Não podemos rezar o pai nosso com ódio no coração. Se assim fazemos estamos demonstrando que não queremos ser ouvidos por Deus.


O penúltimo Pedido“não nos deixeis cair em tentação” – é para nos lembrar que nossos pecados são frutos do consentimento na tentação. Por isso pedimos ao nosso Pai que não nos deixe cair nela, que nos desvie do caminho que conduz ao pecado. Não cair em tentação envolve uma decisão do coração. Foi pela oração que Jesus venceu a tentador. Ser tentado é humano, mas consentir com a tentação é passar para o lado do maligno.


Por fim, o último Pedido – “livrai-nos do mal” – é a certeza de que, quem se entrega a Deus não teme o demônio. Ele é o mal. Ele é o anjo que se opõe a Deus. É aquele que se atravessa no meio do plano de Deus e de sua obra de salvação realizada em Cristo.


É nesse último pedido a Igreja traz toda a miséria do mundo diante do Pai. “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”.


O AMÉM é a convicção de que tudo que rezamos foi para coração do Pai. A oração começou com uma introdução e, é claro, termina com uma conclusão. Amém é a reafirmação geral de todos os sete pedidos da oração. Significa assim seja! Eu acredito, eu aceito, eu confio. Significa dizer: Que se faça, que se concretize, tudo o que está contido na oração que Jesus nos ensinou.


Então, vamos rezar a oração do pai nosso com mais consciência e convicção e deixar ela realizar seus propósitos em nossa vida? Ah, e não se esqueça, quando finalizar e dizer amém, lembre-se que está confirmando tudo que acabou de rezar.

 

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa, formado em Filosofia e Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, o colunista também possui especialização em Ensino Religioso, pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM), e em Teologia Pastoral, realizada na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Pe. Almerindo é coautor da coleção “Deus Conosco” e do livro Quem é esse Jesus e autor da obra A missa – Conhecer para viver, também publicado pela Editora Vozes.

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